Para mais de 52% dos brasileiros, comprar uma casa ou apartamento é uma prioridade que ainda não foi realizada, segundo pesquisa da MindMiners realizada em 2018. De acordo com o mesmo levantamento, 60% dos entrevistados assumiram que só conseguirão obter um imóvel se contarem com um bom financiamento. Um elemento importante para que o negócio seja feito com sucesso é entender quais são os tipos de empréstimo imobiliário e juros praticados por cada instituição financeira. Só assim é possível escolher qual se encaixa melhor à realidade da família e evitar problemas futuros.
“Para passar sem problemas pela avaliação de crédito, no caso do trabalhador formal, um ponto a favor é ter mais de três anos de registro em carteira, compor renda com outra pessoa (desde que haja uma ligação familiar de até segundo grau ou uma relação estável), e o valor da parcela não pode comprometer mais do que 30% da renda familiar”, explica o advogado especialista em direito imobiliário, Bence Pál Deák.
Passo a passo
Para financiar um imóvel é preciso seguir algumas etapas e observar o relacionamento com o banco. A depender da adesão a produtos e serviços financeiros, as condições e taxas podem variar. Mas o primeiro passo é fazer uma simulação do financiamento e entender qual é a melhor opção. Depois, é necessário fazer um cadastro no banco que apresentou a melhor condição, levar a documentação solicitada e aguardar a análise de crédito. Por fim, é feita a avaliação do imóvel e a assinatura do contrato.
De maneira geral, o interessado que entra em uma prestação imobiliária paga uma entrada e solicita à instituição financeira o crédito para pagar o restante da propriedade. O valor desse empréstimo pode ser parcelado em até 35 anos — acrescido de juros. Vale ainda ressaltar que o percentual de financiamento varia de acordo com o perfil do cliente, o valor do bem e a renda mensal.
Além disso, o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pode ser utilizado para custear o bem, desde que o trabalhador tenha pelo menos três anos de carteira assinada. O imóvel deve estar localizado no mesmo município, nos municípios adjacentes ou integrantes da mesma região metropolitana onde o comprador mora há mais de um ano.
Tipos de financiamento imobiliário
Sistema Price
Também conhecido como Sistema Francês de Amortização (SFA), o Price é uma das modalidades mais utilizadas do mundo. A adesão é maior porque quem recebe cerca de R$ 3 mil, por exemplo, consegue ter acesso a uma prestação menor no Price. Com ele, as prestações não mudam de valor do início ao fim do contrato de empréstimo. No Brasil, a modalidade foi adaptada e corrigida monetariamente. O indexador mais comum é a Taxa Referencial (TR), que é divulgada pelo Banco Central do Brasil. Para que isso aconteça, a taxa de juros reduz com o passar do tempo e as amortizações crescem de maneira proporcional. As primeiras prestações são dedicadas majoritariamente ao pagamento dos juros e as últimas são voltadas para a quitação do saldo devedor.
Sistema SAC
O sistema de amortização constante (SAC), como o próprio nome indica, tem como característica principal manter o mesmo valor de amortização até a última parcela , sendo o primeiro item a ser calculado. Dessa forma, como os juros são calculados sobre o saldo devedor, a prestação ficará menor com o passar dos meses. No entanto, assim como na tabela Price, é possível que aconteçam correções monetárias. Aqui, elas podem ser de dois tipos: pré-fixada ou pós-fixada. A primeira é determinada pela empresa no momento da assinatura do contrato e costuma ter um valor maior. Já a correção pós-fixada é feita por um indexador de mercado, geralmente a Taxa Referencial, e varia conforme a situação econômica do País. Em momento de alta inflação, existe o risco de as correções também aumentarem. Como a prestação reduz de forma gradativa, o SAC é muito popular por oferecer mais segurança em imprevistos — como uma redução da renda familiar, por exemplo.