Lançada em agosto pela Caixa, a linha de crédito imobiliário indexada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, principal indicador inflacionário do País) já movimentou, até a primeira semana de outubro, cerca de R$ 1,96 bilhão, com 9.850 operações contratadas, segundo informações do próprio banco. A ótima performance vem chamando a atenção de outras instituições, como Bradesco e Itaú, que já anunciaram que também passarão a oferecer linhas de crédito para imóveis atreladas ao indexador inflacionário. Mas, será que é um bom negócio financiar um imóvel com inclusão do IPCA?
O advogado de direito imobiliário e leilões, Raphael Siston, explica que a grande vantagem do novo produto é que, na atual conjuntura nacional, os juros ficam mais baixos e, consequentemente, as prestações mensais menores. Ou seja, mais pessoas podem ter acesso ao financiamento imobiliário ou até mesmo poderão adquirir imóveis de valor mais elevado. No entanto, o IPCA é bem mais volátil e imprevisível do que a Taxa Referencial (TR), modalidade predominante no mercado.
Apesar de a inflação atualmente estar controlada e baixa, sem sinais de grandes variações para os próximos anos, não há como prever o comportamento da taxa daqui a 20 ou 30 anos. “Dessa maneira, sabendo-se que, conforme haja aumento da inflação diminui-se a vantagem dos contratos atrelados ao IPCA, essa linha de financiamento é bastante arriscada para operações de longo prazo. Portanto, a opção pelo IPCA tende a ser melhor para financiamentos de curto prazo e médio prazo (até 10 anos), a fim de que o consumidor tenha mais segurança quanto à sua capacidade de pagamento da prestação”, afirma Siston.