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Como fica a taxa de juros para financiamento imobiliário em tempos de crise

Estima-se que as tarifas tendem a ficar menos pesadas em meio às turbulências dos mercados mundiais causadas pela pandemia

Por: Da Redação 06/05/2020 3 minutos de leitura
O cenário de juros tende a ficar em nível mais baixo para que viabilize a retomada geral das atividades, afirma Paulo Assis da Direcional Engenharia/ Foto: Getty Images

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A crise decorrente do alastramento do novo coronavírus tem impactado a economia brasileira e, consequentemente, o setor imobiliário. Além da taxa de juros – que é definida de acordo com os percentuais do mercado financeiro e está atualmente em 3,75% – houve queda significativa nas tarifas praticadas e a estimativa é de que o cenário tende a se manter assim até que as atividades sejam restabelecidas.

ParaBence Pál Deák, economista e advogado especializado em Direito Imobiliário, a queda de encargos de financiamentos imobiliários torna “mais acessível este tipo de operação aos contratantes”. Além do mais, o advogado aponta que “deverá ainda haver mais diminuição nos custos e consequentemente nas tarifas praticadas. Tudo como meio de minimizar os impactos da pandemia na economia”.

Aliás, a Caixa Econômica Federal (CEF) ampliou, no dia 9 de abril, os incentivos dos empréstimos devido ao COVID-19. No entanto, para Bence, as ações determinadas são pouco eficientes em vista da grandeza da atual circunstância. “As medidas cabíveis são muito mais extensas do que a mera redução de juros e flexibilização de pagamentos, que embora elogiáveis, certamente não serão suficientes”, declara.

“Também deve ser feito um planejamento de encargos ao longo do período, não se limitando a concessões de curto prazo, porque o mercado imobiliário exige planejamento de tempo mais amplo, pelo elevado valor dos bens envolvidos e pelo intervalo dos financiamentos que são, via de regra, longos.”

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Obstáculos

Dessa forma, ele afirma que o que falta no Brasil é a tomada de decisões políticas e econômicas (fiscais e monetárias), de modo a preservar a saúde e reestruturar a economia, e ressalta que “o País está muito longe de tomar as medidas na magnitude necessária”. Para Bence, existe um vácuo e uma desorganização do setor público, por falta de coordenação da presidência, que deveria elaborar um plano multidisciplinar, coeso e predefinido a respeito das medidas que serão tomadas.

Já Paulo Assis, diretor nacional do departamento comercial e de incorporações da Direcional Engenharia, aproveita o momento para refletir historicamente sobre o cenário de incertezas enfrentado pelo mundo, com forte envolvimento dos bancos centrais, como vimos na crise do subprime nos Estados Unidos (EUA) há mais de uma década. Agora, a prática se repete. Talvez até em níveis recordes, segundo ele. “São recursos para assegurar a continuidade das atividades, dos negócios e para proteção das pessoas em função da perda de renda, trabalho e todas as demais consequências sociais e econômicas. Em função disso, o cenário de juros tende a ficar em nível mais baixo para que viabilize a retomada geral das atividades e assegurar que a sociedade deixe a UTI e se restabeleça aos poucos”, comenta Assis.

“Por outro lado, no Brasil, vivemos um período inédito sobre as tarifas para o crédito imobiliário. Taxa oficial nos níveis históricos mais baixos e o empréstimo privado se mexendo também nesse sentido. Temos clientes, na ponta final desse processo, com juros a 7,5% ao ano, no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o que já é algo baixo para os padrões do País.”

E finaliza: “juros mais baixos significam menos custos para todos e maior previsibilidade, tanto para as companhias quanto para os clientes. Em outras palavras, o dinheiro acaba ficando mais barato e permite decisões sob menos pressão”.

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