Decoração, reforma e construção

O que é claraboia e como sua casa pode se beneficiar dela?

Além de um elemento estético, recurso pode melhorar a iluminação e regular a temperatura do ambiente

Por:Breno Damascena 26/08/2022 5 minutos de leitura
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Uma das funções primordiais da claraboia é passar a sensação de amplitude espacial aos moradores/ Crédito: Getty Images

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Seja para quem quer permitir a entrada de luz natural na residência, criar um ambiente mais arejado ou simplesmente deitar olhando para as estrelas, a claraboia pode ser o elemento ideal para dar um novo visual a um imóvel.

De título de livro do José Saramago a nome de música do 14 Bis, o termo claraboia na arquitetura se refere a uma abertura no teto que, além de valorizar a iluminação, trazer calor e melhorar a ventilação, pode dar ao espaço a aparência de ser maior do que de fato é.

“Em locais muito fechados ou que tenham restrições a aberturas de janelas, por exemplo, a claraboia é capaz de passar a sensação de amplitude espacial”, explica Wilson Christensen, arquiteto do Gume Arquitetura, escritório especializado em arquitetura e interiores.

Vantagens

Não foi à toa que o Panteão de Roma, o Palácio de Versalhes e uma série de prédios tradicionais construídos no século XIX adotaram o recurso com origens na Europa clássica. Quando instalada de forma inteligente, a claraboia propicia uma série de vantagens ao local.

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Imagem da claraboia de cúpula de vitral do prédio neoclássico 1910 Harris County Courthouse, no centro de Houston, Texas
Imagem da claraboia de cúpula de vitral do prédio neoclássico 1910 Harris County Courthouse, no centro de Houston, Texas. Fonte: Getty Images

“Ela pode iluminar até 8 vezes mais o ambiente do que uma janela do mesmo tamanho, reduzindo o consumo de energia”, aponta Imira de Holanda, arquiteta e CEO do Studio M4. “A circulação de ar movimenta o ar frio próximo do chão e libera o ar quente pela cobertura, proporcionando uma circulação natural”, complementa.

Desvantagens

Por mais que, à primeira vista, a claraboia traga a sensação de que você sempre vai acordar pelos raios de sol numa manhã de primavera, a verdade é que o elemento também tem suas desvantagens.

“Pela dificuldade de acesso, a manutenção para limpeza é difícil. Também não é possível ter controle da quantidade de luz e ventilação sem um sistema de fechamento próprio”, destaca Imira. “Além disso, as claraboias tendem a deixar entrar mais luz solar do que outros tipos de janelas, o que é útil em algumas situações, mas pode deixar o ambiente mais quente do que o proprietário gostaria.”

Quais são os tipos de claraboia?

Quem se depara com uma claraboia nos dias de hoje nem imagina que a etimologia da palavra, oriunda do francês claire-voie, remete às construções das igrejas góticas. Com o tempo e adaptações, surgiram diversos formatos que se encaixam melhor em determinados ambientes.

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  • Claraboia comum: feita com a instalação de um material semitransparente no teto;
  • Claraboia tubular: conhecida como túnel de luz, possui um sistema de reflexão de luz que faz com que a iluminação natural seja elevada
  • Claraboia cúpula (domo): de formato clássico, tem estrutura esférica e translúcida que potencializa o alcance de iluminação;
  • Claraboia lanternim: sistema de aberturas laterais entre a parede e o telhado que favorece o conforto térmico e aproveitamento de luz
  • Claraboia átrio: com a estrutura em formato de triângulo, é ideal para locais altos que precisam de mais iluminação
  • Claraboia shed: é instalada com o vidro em inclinação vertical
Imagem de uma claraboia com material semitransparente instalada na cozinha trazendo mais vida e luz ao ambiente
Claraboia com material semitransparente instalada na cozinha trazendo mais vida e luz ao ambiente./ Crédito: Getty Images

Apesar das várias alternativas populares, o arquiteto Wilson destaca que, por se tratar de uma abertura no teto, outros muitos exemplos poderiam ser categorizados como uma claraboia. “Isso vai depender do tamanho, tipo de construção e proposta de uma casa”, comenta.

O que é necessário para ter uma claraboia em casa?

Para quem quer uma instalação mais simples, a substituição de telhas opacas por materiais transparentes e translúcidos, como vidro ou policarbonato, já caracterizaria uma claraboia. Imira aponta, no entanto, que a escolha do material vai trazer aspectos diferentes ao ambiente.

“Com o acrílico, é possível contar com a proteção UV do vidro, além de mais cores e um material mais econômico; o lexan é mais resistente ao vento; o policarbonato-aerogel tem um desempenho térmico superior, podendo evitar ganhos ou perdas de calor, mas são menos duráveis e fortes”, sinaliza.

Wilson completa afirmando que, dependendo do local, também são necessárias bases de alvenaria para acoplamento. “Por outro lado, para casos em que o vão já existe ou está previsto na edificação, basta a instalação de estrutura tubular metálica e vidros”, pontua.

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Há, portanto, diversas soluções de materiais. A escolha deve se basear na estrutura do local, no valor disponível para investimento, no uso que a área terá e no gosto individual.

Quanto custa uma claraboia?

O valor pode variar bastante. As claraboias compostas por domo normalmente são mais baratas, pois é um material mais comum no mercado e, por serem mais leves, não exigem tanto da estrutura da edificação.

Wilson explica também que é possível optar por claraboias criadas sob medida e que dependem de outras estruturas, de um projeto e de mão de obra específica. Tudo isso pode aumentar bastante o custo de instalação.

Onde instalar sua claraboia?

Claro que ninguém vai impedir que o morador de uma casa construa a claraboia na sala, no telhado sob a televisão, mas isso não é o mais recomendado. “É importante avaliar as áreas que exigem pouca luminosidade ou até mesmo a sua restrição”, esclarece o arquiteto.

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Exemplo de claraboia instalado na sala de estar de uma casa/ Crédito: Getty Images

Em adegas, por exemplo, a luz solar pode alterar a composição dos vinhos. O mesmo vale para roupas, que, se não armazenadas em locais fechados, podem estragar.

Imira adiciona que cômodos com escadas, corredores e halls também não são recomendados. “Outros espaços podem se beneficiar bastante. Tudo depende da idealização do projeto”, resume.

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