Rodrigo Luna

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Quando o assunto é imóvel, o virtual não substitui o real

Existe um fator fundamental na decisão de adquirir ou alugar um imóvel: a experiência de estar lá

Por:Rodrigo Luna 28/09/2022 3 minutos de leitura
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Ninguém duvida que as plataformas digitais facilitaram a jornada do cliente. Sentado no sofá, ele consegue buscar, escolher e ‘visitar’ o imóvel que procura/ Crédito: Getty Images

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As transformações digitais impactaram diretamente a vida de todos nós. Muito é hoje resolvido de forma virtual. Solucionamos uma série de coisas on-line. As compras do supermercado e as de outros itens de consumo são viabilizadas pelo celular. As idas ao banco praticamente acabaram, com o internet banking. As agências de turismo raramente recebem a visita física de clientes interessados em escolher um destino.

Até consultas médicas são realizadas por computador, isso sem falar no trabalho remoto, ou home office, o qual, em decorrência de necessidade de se ficar em casa por conta da pandemia por covid-19, se tornou opção para muitas pessoas e empresas, embora a convivência seja imprescindível para que a cultura do ambiente corporativo seja efetivamente absorvida, propiciando o necessário engajamento entre dirigentes e colaboradores, razão pela qual o sistema híbrido se consolidou.

É impressionante o curto espaço de tempo em que essas mudanças ocorreram. Quem não é nativo digital tem a exata noção do quanto esse processo foi rápido. É claro que não temos saudades dos recursos de conexão anteriormente utilizados. Mas muitos ainda se lembram que, entre o telex, o fax e a internet tudo aconteceu de forma muito veloz.

A própria internet continua evoluindo. Sua nova fase (Web 3.0) irá revolucionar muito mais que as relações humanas: influenciará o universo dos negócios, por meio da tokenização de bens, inclusive imóveis, havendo, nesse caso, um caminho jurídico a ser percorrido – uma trajetória que já está em andamento.

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Mundo digital

Na questão dos imóveis, as transformações seguem avançando. Plataformas, ou esteiras digitais, vêm melhorando a jornada daqueles que procuram unidades para comprar ou alugar para morar ou trabalhar.

As ferramentas tecnológicas avançaram. Antes, o tour virtual já facilitava a busca imobiliária, sendo que o cliente chegava no estande de vendas com uma boa noção do produto que o interessou. Depois, óculos 3D, disponíveis em estandes de vendas, ampliavam a imersão dos clientes na unidade. E hoje temos o metaverso.

Para além do cliente, é importante considerar que os agentes do mercado – incorporadores e intermediadores de imóveis – foram atingidos por uma verdadeira avalanche de inovações, em boa parte provocadas pelo nascimento de diversas startups focadas no setor imobiliário.

Diante de tanta informação, o Secovi-SP, por meio de seu Núcleo de Empreendedorismo e Inovação (NE), analisou em profundidade a chamada a Realidade Estendida (XR) -simuladores que permitem interações que vão além da visão, audição ou tato, proporcionando maiores sensações.

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Após amplos estudos e pesquisas, surgiu o Guia das Tecnologias Imersivas e Interativas para o Mercado Imobiliário, cujo objetivo é reduzir a desinformação geral dos profissionais em toda a cadeia do setor. De corretores a diretores de imobiliárias, de projetistas a presidentes de incorporadoras, e até mesmo especialistas em agências de marketing.

Apesar da urgente necessidade de digitalizar o modo como operamos nossos negócios, com frequência temos visto importantes decisões de investimento serem tomadas “no escuro”, por falta de maior conhecimento. O guia trouxe parâmetros para o mercado selecionar ferramentas e atender aos seus de maneira mais assertiva.

A jornada do cliente

Ninguém duvida que as plataformas digitais facilitaram a jornada do cliente. Sentado no sofá, ele consegue buscar, escolher e ‘visitar’ o imóvel que procura. E muitos negócios têm sido realizados por meio de simples cliques. Até a documentação da unidade a ser adquirida ou alugada (os cartórios também evoluíram) no mundo virtual.

Todavia, existe uma coisa que o computador (pelo menos por enquanto) não consegue transmitir às pessoas: a atmosfera.

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Somente a experiência real permite ‘respirar’ um ambiente. E falamos de algo que vai muito além da unidade em si. Falamos do local onde ela está, do entorno ou ambiência, do cheiro do pão passado na padaria da esquina, o barulho da rua, as pessoas que nela circulam, a dinâmica única que cada localidade possui.

É sob essa ótica que o virtual é um acessório do real. A intermediação humana, onde se destaca a figura do corretor de imóveis, e mesmo a do incorporador responsável por um empreendimento, traz informações que vão muito além. Traz sentimentos, sensações concretas que somente o estar lá pode proporcionar.

Ainda não há nada que possa substituir isso. Daí, recomendarmos aos clientes imobiliários: confirmem localmente as suas escolhas. Usem os cincos sentidos e tomem decisões seguras.

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