Por: Estadão imóveis
A Organização Mundial da Saúde considera a poluição sonora um problema de saúde pública desde 2011. Ao lado da poluição do ar e das águas, o excesso sonoro foi considerado como uma das três prioridades ecológicas.
A Agenda 21 Brasileira, que tem entre suas prioridades o fomento às cidades sustentáveis, propõe “implementar campanhas de esclarecimento à população sobre a produção de ruídos, divulgando o valor médio de decibéis toleráveis relativos ao tipo de área e período do dia”.
A poluição sonora já é entendida como um dos maiores problemas ambientais dos grandes centros urbanos e é caracterizada quando o som excessivo altera a condição tolerável de audição e o funcionamento de organismos vivos ao redor.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas define como aceitável o ruído de 55dB para o período diurno e 50dB para o noturno, para regiões urbanas com vocação predominantemente residencial.
Para efeito de comparação, um liquidificador emite em média 75dB, uma rua com trânsito intenso produz ruído de 85dB e o choro de um recém-nascido pode chegar ao volume de 100, até 110 decibel. Aos 140dB o volume é considerado ensurdecedor.
Mas a questão do barulho não se restringe ao volume. A informação que um som nos traz aos ouvidos pode ser mais perturbadora do que a intensidade. Ao ouvir o choro de uma criança, por exemplo, a mensagem pode ser entendida como “urgência”.
A boa notícia é que existem metodologias de construção que garantem isolamento e conforto acústico, mesmo que a edificação já esteja pronta. É possível diminuir o tempo de reverberação ainda que o ambiente esteja em uso.
Para isso, é necessária a avaliação de um profissional e que se esteja disposto a encarar uma reforma, que pode não ser básica, já que, atualmente, os materiais leves, como as divisórias de gesso acartonado, têm feito sucesso na construção civil.
Por serem fáceis de lidar e muito rápidas de colocar no lugar, as divisórias são práticas, mas transparentes em termos acústicos e não são capazes de proteger a privacidade e a saúde das pessoas.
A psicoacústica é a ciência que estuda a paisagem acústica, como criar espaços na cidade com conforto, qual ruído é benéfico às pessoas e como se deve tratar a questão da suscetibilidade do ser humano aos diferentes tipos de ruído.