Super salários atraem corretores de imóveis, mas quase metade ainda divide tempo com outras funções
Pesquisa indica que maioria tem entre 35 e 49 anos e 62% possuem graduação em alguma especialidade
Publicidade
A experiência ruim que Sophia Martins viveu ao tentar comprar um apartamento motivou a jovem a se tornar a corretora responsável pelas negociações dos próprios imóveis. Enquanto conhecia o segmento por dentro, começou a se apaixonar pelos altos rendimentos, flexibilidade de horários e modelo de trabalho. Hoje, mais de 11 anos depois de tomar essa decisão, ela afirma que o mercado está carente de bons profissionais.
A percepção de Sophia contrasta com o número de corretores no Brasil. De acordo com uma pesquisa do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI), em parceria com o Cimi360, são mais de 554 mil profissionais do setor espalhados pelo País. Um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Mas muita gente age como se a profissão representasse uma fase na carreira, uma espécie de fracasso”, sintetiza.
O estudo sugere que o cenário pode estar mudando. Atualmente, 61% dos corretores se dedicam totalmente à profissão. No entanto, 39% ainda conciliam a corretagem com outras funções, como advocacia, funcionalismo público e negócios próprios. E, apesar da tarefa não demandar uma graduação, 62% são graduados em alguma especialidade.
Publicidade
Este é o caso de Rafael Camargo, proprietário da corretora 7 Imóveis, com atuação em Curitiba. Formado em Administração de Empresas, ele ficou encantado pelos altos valores de comissionamento do corretor que intermediou a compra de um imóvel que ele estava adquirindo. “Tem corretores que chegam a ganhar de R$ 30 mil a R$ 40 mil por mês e tudo só depende da sua própria produtividade”, ilustra o executivo.
+ Confira 8 dicas para ser um corretor de imóveis de sucesso
Os “super salários”, entretanto, não são uma realidade para a maioria. Apenas 19% dos profissionais possuem rendimentos mensais acima de R$ 10 mil, segundo dados da Toro Investimentos. Apesar disso, 90% dos respondentes da pesquisa ganham mais de R$ 3.422, a renda média mensal do brasileiro.
Benefícios da profissão
O estudo da COFECI mostra que, assim como aconteceu com Rafael, 33% dos corretores de imóveis entrevistados assumem que se tornaram corretores porque seria uma oportunidade de ganhar muito dinheiro e outros 8% viram seus colegas faturando alto. O executivo, entretanto, diz que acabou se apaixonando por outros benefícios da profissão.
Publicidade
Por que virou corretor?
Porque é uma oportunidade de ganhar muito dinheiro | 33% |
Porque minha família é do ramo | 11% |
Começou a gostar da área | 10% |
Porque viu seus amigos ou colegas faturando alto | 8% |
Acaso | 7% |
Outros motivos | 31% |
“É claro que o comissionamento atrai, mas o principal é a flexibilidade. As pessoas podem fazer sua própria rotina, escolher o segmento que se sentem mais à vontade e flexibilizam seu tempo, horário e ganhos como bem entenderem”, entende Rafael. “Já atuei no Minha Casa, Minha Vida e na classe média, mas hoje estou focado no mercado de alto padrão, por exemplo”, sintetiza.
Mudança de comportamento
Até decidir se dedicar, de fato, à carreira de corretora de imóveis, Sophia Martins pensava em montar a franquia de outro tipo de negócio. “Na franquia, eu demoraria 12 meses para recuperar R$ 20 mil depois de investir R$ 2 milhões. Vi que poderia ganhar isso vendendo um único imóvel de luxo. Nos meus primeiros 30 dias de trabalho, eu vendi 12 imóveis. Qual outra profissão oferece este montante apenas com o ensino médio?”, questiona.
+ “Corretora dos famosos” em Miami revela segredos para ganhar com imóveis nos EUA
“Na pandemia, a profissão ganhou visibilidade e muitas pessoas viram essa oportunidade, mas acabaram saturando o mercado”, critica Sophia. “As pessoas não vão ter sucesso se elas acharem que vão poder ser metade corretoras de imóveis e metade outra coisa”, alerta. Além deste, a executiva colecionou alguns outros aprendizados Entre eles, a importância da presença digital.
Publicidade
Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, ela entende que as redes sociais são uma espécie de currículo para os corretores de imóveis e que o investimento na digitalização é uma resposta à mudança de comportamento do consumidor, que está mais exigente, impaciente e bem preparado. “Para ter sucesso, é importante ter disciplina e constância”, orienta.
NOTÍCIAS MAIS LIDAS
NEWSLETTER
IMÓVEIS
Inscreva-se e receba notícias atualizadas do mercado de imóveis