Como tornar sua casa mais amigável para idosos
Iluminação, adaptação de ambientes e escolha do piso podem facilitar a rotina de pessoas mais velhas
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Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que o número de idosos no Brasil saltou de 7,7% em 2012 para 10,5% em 2022. São mais 30 milhões no País, e número deve dobrar até 2050. O envelhecimento da população impulsiona adaptações em casas e apartamentos para atender as necessidades deste público.
Incorporadoras, arquitetos e designers de interiores se debruçam sobre o tema há tempos. Como transformar um ambiente residencial para superar os desafios e as dificuldades físicas que acompanham a idade? O Estadão Imóveis fez essa pergunta para especialistas e preparou uma lista com 5 dicas de como tornar sua casa mais amigável para idosos:
1. Portas grandes e corredores largos
A mobilidade e a locomoção precisam ser prioridade nos projetos arquitetônicos voltados para pessoas idosas. Portanto, é fundamental dar uma atenção especial à largura das portas e passagens. “O ideal é que os vãos tenham no mínimo 80 cm livres nas portas. Corredores mais largos precisam de, no mínimo, 1,20m, para suportar a eventual entrada de uma maca ou cama hospitalar”, orienta a arquiteta Mari Milani.
Evite, também, posicionar móveis em locais que atrapalhem a passagem e a circulação, como mesas de centro. O mesmo vale para móveis pontiagudos ou quintas com ângulos retos. Priorize aqueles com as pontas arredondadas.
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2. Evite degraus e desníveis
A arquiteta sugere que a melhor alternativa são casas térreas. E, quando não for possível, priorizar rampas suaves no lugar dos degraus. “Assim como tapetes escorregadios ou com pontas levantadas, eles são responsáveis por muitos problemas”, comenta. “Na terceira idade, a morada precisa contemplar o bem-estar e a segurança”.
A arquiteta Isabella Nalon corrobora a orientação. “Porém, caso a residência tenha escadas, é preciso que elas sejam construídas com piso antiderrapante e, sempre acompanhadas por um corrimão firme, instalado à altura de 90 cm”, recomenda.
3. A escolha do piso
Ter um chão escorregadio em casa significa criar um risco adicional para idosos. “A especificação de piso antiderrapante em áreas molhadas como cozinha, lavanderia e banheiro ajuda a evitar escorregões que culminam em acidentes graves”, afirma Nalon.
“A melhor opção é o piso de porcelanato, pois o mercado oferece um portfólio vigoroso de acabamentos e texturas”, entende. Existem, por exemplo, pisos de porcelanato antiderrapantes, com opções ABS e com um coeficiente de atrito maior. Para quem necessita do apoio de andadores ou bengalas, são opções mais seguras.
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É isso que afirma Christie Schulka, especialista da Roca Cerâmica, loja de revestimentos e cerâmica. “São pisos resistentes e que não riscam, além de apresentar uma superfície uniforme”, comenta. “A tonalidade do revestimento também deve ser levada em consideração. Delimitar, com cores diferentes e contrastantes, onde termina a parede e começa o piso, reforça a noção de profundidade e dimensionalidade dos espaços”, diz.
4. Ferramentas e objetos amigáveis
Da internet wi-fi a fechaduras eletrônicas que eliminam a necessidade de chaves, são várias as inovações que vêm diminuindo barreiras e criando facilidade para os idosos. Até a escolha de sofás, poltronas e camas, se for bem feita, cria um ambiente melhor.
“Os objetos precisam facilitar a movimentação dos moradores. Peças mais baixas, por exemplo, podem ser um transtorno. Na hora de escolher, tenha atenção redobrada para a cama. Sempre prefira modelos com regulagem de altura a cabeceira”, indica a arquiteta Isabella Nalon.
5. Escolhas corretas na iluminação
Entre problemas de saúde atrelados ao envelhecimento estão as doenças relacionadas aos olhos e à visão. Ou seja, a iluminação da casa precisa de alguns cuidados especiais para diminuir os obstáculos que os idosos precisam enfrentar diairamente. “É importante incluir um número maior de pontos de luz, de forma que fiquem alocados em lugares estratégicos dos ambientes”, aconselha Gabriela Yokota, arquiteta da Yamamura.
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“Quanto melhor a distribuição desses pontos, mais clara a visualização dos caminhos para circulação, evitando acidentes”, justifica. Ela orienta que o morador opte por lâmpadas e luminárias com maior intensidade de luz. “Peças como abajures, arandelas, luminárias de piso, balizadores, spots, embutidos de solo, entre outras opções de apoio para iluminar paredes, escadas, corredores e pisos são muito bem-vindas”, afirma.
Gabriela sugere, ainda, a instalação de fitas e perfis de led para ajudar em atividades comuns, como preparar alimentos, lavar a louça ou cozinhar, assim como encontrar objetos, roupas ou alimentos. Já as peças de luz direta, ela afirma, devem ser evitadas em espaços de descanso. “Os idosos têm mais sensibilidade às fontes de luz, o que pode causar algum grau de ofuscamento ou incômodo visual”.
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