Como renegociar seu financiamento imobiliário?
Especialistas do setor dizem que o momento atual é
positivo para rever as condições de financiamento. Rafael Sasso, cofundador da
plataforma de simulações Melhortaxa, entende que, embora os bancos não tenham
acompanhado integralmente a redução da Selic, o ambiente de juros baixos,
inflação dentro da meta e retração econômica faz com que as instituições
financeiras estejam abertas a condições mais favoráveis a quem toma o crédito.
Para Caio Carra, cofundador e COO da plataforma
digital de crédito imobiliário CredHome, a possibilidade da portabilidade joga
a favor de quem está disposto à renegociação. Ele aponta que financiamentos
cuja taxa de juros está acima de 10% ao ano devem ser revistos o quanto antes.
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Caio cita o caso de um cliente que renegociou seu financiamento
com outro banco. Com uma taxa anual de 10,5% em seu banco de origem, conseguiu
em outra instituição acordo para 8,5% ao ano e, assim, abaixou sua parcela
mensal de R$ 2.200 para R$ 1.800. Importante lembrar: para realizar a
portabilidade é necessário que o financiamento esteja em dia.
É muito comum, contudo, que o banco de origem
empate a proposta da concorrência. É um “ganha-ganha”, explicam os
especialistas. O banco mantém o financiamento e o comprador evita dois
problemas: a burocracia de aprovar novamente o crédito e o custo da nova
operação – os bancos cobram, em média, R$ 3,5 mil como taxa de administração e
é preciso emitir novo contrato no cartório, ao custo de 1% a 2% do valor total.
Renegociação na pandemia: o que fazer?
Os cinco maiores bancos do país anunciaram em março
que, durante a pandemia da
Covid-19, irão aceitar os pedidos de prorrogação do
pagamento de dívidas e financiamentos, como é o caso do imobiliário, por 60
dias sem custo ou juro adicional além do já contratado. Mas é preciso fazer o
pedido de prorrogação ao banco, caso contrário o não pagamento será entendido
como inadimplência.
Para quem sofreu queda abrupta de renda ou perdeu o
emprego durante a crise, além da carência de 60 dias, é praxe no mercado que
haja tolerância de até três meses de atraso. Mas os especialistas recomendam
nunca parar o pagamento sem aviso prévio.
É possível buscar novo acordo individual
emergencial com o banco. A dica, explica Rafael Sasso, é simples: seja
transparente e mostre os números à instituição. Em um ambiente de economia
estagnada e juros baixos, o banco busca esgotar as condições de negócio antes
da retomada do imóvel e você, certamente, também não quer arriscar o bem.