Cidades Inteligentes

Deloitte aponta as 12 tecnologias que vão revolucionar a construção civil

Inovações devem nortear caminhos do mercado imobiliário nos próximos anos

Por:Breno Damascena 05/09/2024 5 minutos de leitura
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Para Fernanda Tauffenbach, sócia da Deloitte, é necessário criar um ambiente onde o erro seja aceitável/ Crédito: Agência J.Somensi/Divulgação Construsummit

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“A mentalidade da construção civil não é inovadora. É um setor culturalmente manual e por muitos anos foi possível entregar projetos robustos assim, sem a pressão das margens. A gente não era pressionado a inovar, mas agora é”, prenuncia Fernanda Tauffenbach, sócia de Infraestrutura e Projetos de Capital da Deloitte. “A pressão agora é questão de sobrevivência”, sintetiza.

O alerta de Tauffenbach norteou sua palestra sobre digitalização e produtividade na indústria da construção civil durante o Construsummit, evento que acontece em Florianópolis com executivos e empresas do mercado imobiliário para debater gestão e tecnologia no setor. “O ser humano é resistente a mudanças e vem de um mercado onde historicamente não existia esta demanda”, contextualiza a executiva.

+ Evento reúne mais de 2 mil pessoas em Florianópolis para debater futuro do mercado imobiliário

É diante deste cenário que ela aponta para a necessidade das empresas se adaptarem e adotarem tecnologias que vão ajudar a enfrentar o ambiente que está se desenhando para a construção civil. 

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Com o olho nesta visão de futuro, a consultoria Deloitte elaborou um relatório com 12 tecnologias que vão revolucionar projetos de capital intensivo, incluindo o mercado imobiliário: 

1. Project Portfolio Management (PPM)

O Gerenciamento de Programas e Portfolio (Program and Portfolio Management – PPM) é uma ferramenta que integra diversas soluções que utilizam inteligência artificial, como a IA conversacional, aprendizado de máquina e IA Generativa

O objetivo é garantir que as empresas tomem decisões mais informadas e assertivas, sabendo, por exemplo, onde alocar recursos e diminuir as chances de erro. 

2. BIM / Digital Twin

A tecnologia BIM (Building Information Modeling) permite a criação de um modelo virtual de um edifício, o que possibilita uma visão aprofundada de todas as informações do ciclo de vida do projeto. A tecnologia ajuda a melhorar a coordenação entre equipes, otimiza os custos e promete maior eficiência.

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+ O que é a tecnologia BIM e por que usá-la nas obras 

3. Realidade Virtual, Aumentada e Mista

Chamadas de tecnologias imersivas, a Realidade Virtual (RV), a Realidade Aumentada (RA) e a Realidade Mista (RM) possibilitam a integração entre o mundo físico e o digital, ajudando as empresas a compreender melhor os espaços e estruturas antes dos projetos serem construídos de fato. 

4. Agentes e assistentes virtuais

A popularização de agentes e assistentes virtuais apoiados em Inteligência Artificial, como o ChatGPT, podem ajudar na comunicação com clientes, mas, também, na geração de conteúdos como relatórios e análises. 

O relatório da Deloitte destaca que essa ferramenta vai ser capaz de a perceber o ambiente ao seu redor, interpretar dados, tomar decisões e executar ações de maneira autônoma para alcançar objetivos específicos, não requerendo necessariamente a intervenção humana.

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5. Simulações de IA

As simulações de IA podem ser capazes de identificar problemas ou evitar que eles ocorram, prever cenários complexos e reduzir riscos de falhas. Além de apresentar possibilidades antes inimagináveis, que vão da melhoria do uso de materiais à sustentabilidade de um projeto. 

6. Impressão 3D

E se, ao invés de se deslocar até uma loja de material de construção, fosse possível imprimi algo necessário ali mesmo no canteiro de obras? A tecnologia oferece a chance de fabricar componentes de forma rápida e personalizada, o que diminuiria os custos e o prazo de construção. 

7. Robôs inteligentes

Dos filmes de ação aos canteiros de obra, os robôs inteligentes realizarão tarefas complexas que vão desde a execução de trabalhos de construção e montagem até a manutenção de equipamentos. A perspectiva é que a tecnologia possa reduzir os custos e melhorar a segurança no local de trabalho, além de permitir escalar projetos. 

+ Entenda como a reforma tributária impacta o mercado imobiliário

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8. Edge AI

O Edge AI (Artificial Intelligence at the Edge) é o termo utilizado para designar o uso de algoritmos de inteligência artificial nos dispositivos que coletam e gerenciam os dados em um canteiro de obras. A ferramenta permite o processamento e a análise de dados e tomadas de decisões de forma imediata.

9. 5G

A propagação do 5G e a promessa da melhora na velocidade de conexão tende a viabilizar a comunicação em tempo real e tecnologias como IoT, realidade aumentada e monitoramento remoto das obras. 

10. Cloud

Ao migrar dados e estruturas computacionais para serviços em nuvem (Cloud), as empresas conseguem flexibilizar projetos, aumentar a agilidade e melhorar a eficiência. O estudo da Deloitte sugere que a tecnologia promove a colaboração global e a escalabilidade, além de confiabilidade para armazenamento de dados e proteção contra perdas.

11. Blockchain, Tokenização de Ativos e Smart Contracts

O blockchain ganha corpo no mercado imobiliário com a premissa de tornar as transações digitais de todos os tipos de imóveis cada vez mais transparentes e seguras. A inovação também prevê uma evolução na forma como os investimentos são criados, gerenciados e lastreados.

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+ O que é blockchain e quais são seus impactos no mercado imobiliário?

12. Drones, Sensores de IoT e Câmeras Inteligentes para monitoramento de obras em tempo real

A popularização dos drones na construção civil norteia estratégias de monitoramento de obras. As empresas enxergam essas inovações como um caminho para melhorar a gestão de projetos identificando e mitigando os riscos de segurança, além de receber dados precisos e atualizados para tomar decisões. 

A importância do primeiro passo

Diante de nomes complexos e termos novos, é natural que representantes da construção civil apresentem resistência para adotar as tecnologias em seus projetos. É por isso que Tauffenbach destaca a importância do “primeiro passo”. “Não dá para mudar uma empresa com 60 anos de atuação de uma vez só”, justifica. 

“É preciso começar pequeno. Desenvolver um projeto-piloto e criar um ambiente onde o erro é aceitável. Desenvolvendo o projeto em ondas, o colaborador se sente mais engajado, pois ele é parte da mudança”, orienta a sócia da Deloitte. Ela reforça que a métrica para avaliar os resultados da iniciativa não podem ser apenas financeiros. 

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Para a executiva, o dinheiro deve ser um objetivo de longo prazo. “Você precisa ter lideranças, capacitação e conteúdo, além de um mecanismo de reforço”, explica.

No entanto, ela adverte que a empresa precisa ter ciência da montanha que vai precisar escalar e o caminho que quer seguir. “A empresa e as pessoas devem entender que é um novo contexto”, sintetiza. 

* O repórter viajou para Florianópolis a convite da Softplan

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