Ex-Medley anuncia primeiro lançamento do Casa Figueira, bairro de alto padrão em Campinas
Edifício terá apartamentos de R$ 2,3 milhões a coberturas de mais de R$ 4 milhões

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No centro de uma jornada de verticalização, Campinas assiste ao nascimento do Casa Figueira, um bairro planejado com cerca de 1 milhão de metros quadrados em construção no entorno do Shopping Iguatemi. O primeiro empreendimento do complexo acaba de ser anunciado e dá o tom do projeto que promete revolucionar o mercado de alto padrão na cidade.
Desenvolvido pela Building Empreendimentos, o Avenida 105 será um prédio de luxo com quatro apartamentos por andar e arquitetura autoral. A única torre terá 80 unidades com 150 metros quadrados que podem ser distribuídas em quatro ou três suítes, incluindo quatro coberturas duplex de 254 m². O edifício está em construção em um terreno de 5.300 m².
“O Avenida 105 vai ocupar apenas 12% deste espaço, o restante será composto por áreas verdes e de lazer”, garante Gabriel Mangabeira Albernaz, diretor comercial da incorporadora. “Focamos na eficiência energética, para que o morador precise usar menos luz artificial e ar-condicionado. Além disso, todos os apartamentos terão vista permanente, pois não teremos vizinhos na frente ou atrás”, acrescenta.
Assinado por Renato e Lilian Dal Pian, o edifício terá uma fachada com brises metálicas perfuradas que podem mudar a aparência do prédio ao longo do dia. O paisagismo, de Ricardo Cardim, incorpora elementos da Mata Atlântica a espécies adultas de árvores frutíferas, como jabuticabeiras e pitangueiras.
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O verde também precisa ser a cor presente na conta bancária de quem se interessar pelos imóveis. Para comprar um apartamento, o interessado precisará desembolsar a partir de R$ 2,3 milhões. As coberturas custam cerca de R$ 4,2 milhões. “É diferente de tudo o que temos hoje na cidade”, justifica Gabriel. A previsão de entrega do Avenida 105 é o final de 2027.
Herdeiros do Grupo Medley
A Building Empreendimentos, incorporadora responsável pelo lançamento, é presidida por Roberto Mangabeira Albernaz. Engenheiro civil de formação, o executivo atuou como vice-presidente do grupo farmacêutico Medley por quase duas décadas antes de migrar para a incorporação. “Quando vendemos o laboratório, realizamos este movimento”, pontua.
Em 2009, a francesa Sanofi anunciou a compra do Grupo Medley por cerca de R$ 1,5 bilhão. Naquele momento, a empresa de Campinas se destacava como a terceira maior fabricante de medicamentos do Brasil, mas começava a enfrentar uma crise financeira.
Com a venda, Alexandre Negrão, ex-piloto de stock car e empresário à frente da companhia, foi alçado à posição 126 no ranking de bilionários brasileiros da Forbes. Roberto, que é cunhado de Negrão, migrou para o segmento de incorporação. Primeiro em parceria com outra empresa, depois com a própria Building empreendimentos.
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Depois de desenvolver projetos de loteamento na cidade, em 2022, a empresa, comandada pelo empresário e seus filhos, realizou seu maior feito até então. Em parceria com o Grupo Iguatemi, a Building lançou o Sky Galleria, uma torre corporativa de 18 pavimentos localizada no Galleria Shopping – pertencente ao Iguatemi.
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Com direito a selo de sustentabilidade e conceito Triple A, o prédio se tornou um centro comercial relevante da cidade e tem um VGV de R$ 160 milhões. “São lajes de mil metros quadrados e registramos a ocupação total em oito meses. Atualmente, o prédio está todo ocupado”, pontua Roberto.
Nova centralidade em Campinas
Três anos depois do Sky Galleria, o Avenida 105 marca o reencontro entre a Building Empreendimentos e o Iguatemi. O bairro Figueira prevê o desenvolvimento de 66 lotes urbanizados para abrigar cerca de 100 torres comerciais e residenciais. A rede Iguatemi tem a expectativa de alcançar um VGV de R$ 10 bilhões com a iniciativa.
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Apoiado no impacto do shopping construído na década de 1980, o bairro nasce com a ambição de se tornar uma nova centralidade na cidade de Campinas. “Percorremos o mundo e estudamos as melhores referências de urbanismo para criar o primeiro bairro aberto, seguro, saudável e sustentável do Brasil”, orgulha-se Caio Teles, diretor de desenvolvimento e gestão imobiliária do Iguatemi.
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Não à toa, o complexo está chamando a atenção de diversos atores do mercado imobiliário local. Daniel Aranovich, diretor de intermediação imobiliária e marketing da regional do Secovi-SP em Campinas, acredita que o bairro deve se tornar um novo destino de mobilidade e lazer. Porém, o principal impacto será no mercado imobiliário de luxo local.
“Em 2018, vimos surgir o Nova Campinas, um bairro nobre que disputa com Cambuí o valor de metro quadrado mais caro da cidade. O sentimento local é que a demanda do Casa Figueira será muito alta, especialmente porque os valores devem começar mais baixos do que os que são praticados em bairros já consolidados. A lógica é que valorizem aos poucos”, analisa.
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Potencial do empreendimento
Para Aranovich, Campinas tem vigor financeiro para sustentar o lançamento de um empreendimento desta magnitude voltado para um público endinheirado, mas o sucesso da empreitada deve passar pelo Avenida 105. “O lançamento vai ditar como o projeto será visto pela cidade. É uma metragem boa e com valores abaixo do alto padrão. Se ele for bem, será uma ótima notícia”.
A perspectiva é corroborada por André Cruz, diretor-técnico da Urban Systems. Ele considera que o bairro pode ajudar a fortalecer o movimento de construções com alto valor agregado. “O complexo é visto como uma oportunidade de tangibilizar o desejo do campineiro de sair da inércia com um novo modelo de urbanismo e qualidade construtiva, algo raro na região”, afirma.
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