Por que mansão abandonada da Hebe Camargo vai a leilão nesta semana?
Imóvel localizado no Morumbi foi fruto de disputa judicial entre familiares da apresentadora

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A mansão no Morumbi onde a apresentadora Hebe Camargo morou por mais de 20 anos finalmente vai a leilão após décadas de imbróglio e brigas familiares. A propriedade, eternizada como “Casa da Hebe”, está atualmente penhorada por determinação judicial e vai a leilão nesta terça-feira (13) com um lance mínimo de R$ 8,6 milhões.
Construída na década de 1970, a propriedade de 2,2 mil m² de área total e 962 m² de área construída, abrigou a apresentadora e o seu marido, Lélio Ravagnani, morto em 2000.
Palco de festas luxuosas e midiáticas no passado, hoje a propriedade vai a leilão por causa de uma ação movida pela empresa WV Soluções Logísticas Ltda. contra empresas do grupo Ravagnani, ligadas ao enteado de Hebe, Lélio Ravagnani Filho.
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“O processo, iniciado em 2005, envolve uma dívida milionária decorrente de um contrato para a importação de locomotivas”, explica Kevin de Sousa, advogado especialista em direito imobiliário e privado.
“Como houve inadimplência e esgotamento das tentativas de pagamento voluntário, o processo evoluiu para a fase de execução forçada, quando o Judiciário determina a penhora de bens do devedor para satisfazer o crédito”, contextualiza Sousa.
O procedimento, previsto no Código de Processo Civil (art. 831), é executado quando o devedor não paga o valor executado e não oferece garantias de pagamento.
Valor histórico e alto custo
Atualmente, a casa enfrenta uma série de problemas causados pelo abandono, como jardins mal cuidados e móveis danificados. A determinação da justiça é que o imóvel seja leiloado pelo valor de R$ 8.681.549,69, e, caso não haja arrematante, entre os dias 16 de maio e 5 de junho, o imóvel volte a leilão por 50% do valor, conforme autorizado pela Justiça.
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Segundo a advogada Juliana Carrillo Vieira, representante da empresa WV, o imóvel também possui uma dívida de IPTU de mais de R$1,5 milhão.
Este valor, de acordo com o edital divulgado no site da Zuk Imóveis, será atualizado e quitado com o produto da venda. O anúncio também aponta que o bem está ocupado e o processo de desocupação fica por conta do arrematante.
Esta não é a primeira vez que o imóvel vai a leilão. A primeira tentativa aconteceu em outubro de 2024, mas na época o bem não recebeu lances válidos. Desta vez, o leilão ocorrerá em duas praças. Na primeira, o imóvel só poderá ser vendido por valor igual ou superior ao da avaliação. Na segunda praça, o imóvel terá o lance mínimo de até 50% do valor da avaliação.

“Isso demonstra um fenômeno comum em leilões de bens de alto valor: a dificuldade de liquidez. Mesmo imóveis famosos e com apelo histórico enfrentam obstáculos, como dívidas associadas ao bem, deterioração física, alto valor de avaliação e exigência de pagamento à vista e sem garantia de financiamento direto”, enumera Sousa. Caso o imóvel não seja arrematado desta vez, o leilão deve voltar a ser repetido em novas oportunidades.
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