A esfera de tombamento não é determinada de acordo com a
importância do bem tombado. “Não existe uma hierarquia. Um bem tombado pelo
Iphan não é mais importante que um bem tombado pelo Conpresp”, explica Raquel. Em
todas as três esferas, os trabalhos de manutenção, restauração e reparo são
complexos. Em São Paulo, por exemplo, há níveis de tombamentos diferentes. E a
complexidade do sistema de preservação do patrimônio histórico acaba obrigando
proprietários a buscarem fontes de renda para a manutenção de seus imóveis.
A arquiteta e professora Mariana Rolim, da Universidade
Anhembi Morumbi, explica que o alto custo pode, inclusive, levar ao abandono do
bem. “O abandono acontece principalmente em áreas maiores, como galpões. São
pouquíssimos os casos em que se gasta o mesmo em um restauro do que em uma obra
simples.”
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Em muitos casos, os prédios assumem função comercial ou
passam a ser de uso misto. Para locais que anteriormente foram indústrias, é
possível pensar na ocupação por escolas ou centros culturais. “No caso de
edifícios industriais grandes, há uso por universidades, como é o caso da São
Judas, perto da Mooca, ou do Sesc Belenzinho.”
Os usos comercial ou misto, no entanto, não são a única
saída para imóveis tombados – morar neles também é uma opção. É o caso dos
professores aposentados Yara Tucunduva e Valderi Ruviaro, que residem em uma
casa quase centenária na Bela Vista. O casal se mudou para o imóvel em 2002 e,
pouco tempo depois, veio o tombamento do bairro.
Pela legislação do município, qualquer cidadão pode pedir um tombamento, justificando a importância de preservação do bem. Além de imóveis, bairros também podem ser tombados, caso da Bela Vista, que reúne conjuntos arquitetônicos que incluem a escadaria da Rua 13 de Maio e a Vila Itororó. “Compramos e nem sabíamos que ela seria tombada. Um ou dois meses depois, veio a resolução. E achamos muito bom, diferentemente da maioria dos proprietários, que ficam apavorados quando vêem o decreto de tombamento”, conta Yara.
Confira a matéria completa em https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-imobiliario/imovel-tombado-e-cheio-de-regras-mas-oferece-recompensas-a-donos/