Investir em Imóveis

O que atrai brasileiros para o mercado imobiliário de Dubai?

Cidade se destaca por tributação específica e maior abertura para estrangeiros

Por:Breno Damascena 13/06/2024 4 minutos de leitura
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Empreendimentos de luxo em Dubai são ofertados para brasileiros com possibilidade de pagamento com moeda digital/ Crédito: Divulgação/Damac

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Com 828 metros de altura e 160 andares, o maior prédio do mundo custou cerca de 1,5 bilhão de dólares para ser construído. Imponente, colossal e luxuoso, o Burj Khalifa sintetiza vários dos adjetivos que acompanham o mercado imobiliário da cidade de Dubai. Na esteira do aumento de relevância internacional dos Emirados Árabes Unidos, o segmento de imóveis da região conta com a ajuda de empresas brasileiras para tentar alcançar o céu.

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De acordo com um relatório da DXB Interact, com dados do Land Department (Departamento de Terras) dos Emirados Árabes Unidos, Dubai registrou 133,3 mil transações de imóveis em 2023, número que representa um avanço de 37% em relação a 2022. Ao total, foram movimentados 412 bilhões de Dirham dos Emirados Árabes (moeda local do País) – cerca de R$ 615 bilhões – neste período.

Burj Khalifa, prédio mais alto do mundo, é quase três vezes mais alto que o maior edifício do Brasil/ Crédito: tampatra/AdobeStock

Apenas na última semana, o mercado imobiliário de Dubai movimentou mais de US$ 4,8 bilhões, segundo o Land Department.

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Entre tantos superlativos e sons de construção, é possível escutar o sotaque tupiniquim. Dados de 2022 do Ministério das Relações Exteriores indicam que quase 10 mil brasileiros vivem nos Emirados Árabes Unidos. É o terceiro país asiático com mais moradores oriundos do Brasil.

A região, entretanto, ainda não se consolidou como um mercado atrativo para os investidores brasileiros. Estados Unidos e Portugal hoje lideram a lista de mercados imobiliários internacionais para o público endinheirado daqui. É com o objetivo de transformar este cenário que empresas fundadas por brasileiros passaram a ofertar imóveis para brasileiros em Dubai.

Leo Ickowicz, sócio-diretor da Elite International Realty, acredita que público brasileiro que investe em Dubai é diferente de outros mercados internacionais/ Crédito: Divulgação

Em maio deste ano, a imobiliária Elite International Realty, especializada em comercializar casas para brasileiros em Miami, firmou uma parceria com a construtora árabe Damac Properties para apresentar imóveis de luxo em Dubai para investidores brasileiros. “Depois da COVID, vemos as pessoas lotando os voos da Emirates. Dubai está se tornando a Disney dos adultos no Oriente Médio”, brinca Leo Ickowicz, sócio-diretor da Elite. 

Incentivos fiscais e visto para investidor

A estratégia da companhia para atrair o público brasileiro consiste em destacar os impostos mais baixos e a perspectiva do alto retorno de investimento. “Dubai praticamente não tem impostos, não tem IPTU, o caminho para conseguir a residência fiscal é fácil e é possível evitar o imposto sobre herança”, enumera Ickowicz.

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De fato, Dubai se destaca por ser um território com uma legislação tributária diferente da praticada no Brasil. Na prática, não há tributação de renda pessoal sobre pessoas físicas e existem critérios específicos para a tributação de empresas constituídas localmente.

Com previsão de entrega para 2027, Damac by Cavalli tem apartamento de 80 m² e 1 quarto à venda por US$ 1,1 milhão. Imóvel com três quartos e 199 m² custa US$ 2,8 milhões/ Crédito: Divulgação

“O processo para concessão de financiamentos imobiliários exige pouco valor de entrada, com juros baixos e bancos especializados em atender estrangeiros”, acrescenta Wagner Pontes, Fundador e CEO da D4U Immigration, empresa especializada em imigração internacional.

Outro atrativo destacado pelas empresas é o preço dos imóveis. “Em Dubai temos apartamentos de um quarto que são vendidos a US$ 200 mil (pouco mais de R$ 1 mi). Alguém que tenha uma reserva de 40 mil dólares já consegue realizar este investimento com o impulso do financiamento local. Dessa forma, o mais variado perfil de brasileiros pode ser contemplado”, assegura Pontes. 

Para Wagner Pontes, CEO da D4U Immigration, a barreira de entrada para investidores estrangeiros em Dubai é menor que outros países/ Crédito: Divulgação

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Investidor de perfil mais arrojado

Enquanto o preço médio dos imóveis de luxo vendidos pela Elite International Realty em Miami, na Florida, é de US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões), Ickowicz indica que o ticket médio das propriedades na maior cidade dos Emirados Árabes Unidos é de US$ 700 mil (R$ 3,7 milhões). Porém, a diferença entre os dois mercados, na perspectiva do executivo, vai além dos valores praticados. 

“Os imóveis que o público brasileiro compra em Miami são 50% para investimento e 50% para residência de férias. É uma espécie de quintal para quem investe fora do Brasil. Já o público que compra em Dubai é totalmente investidor. Não é aquela pessoa que está pensando em comprar um apartamento para o filho estudar fora. Ao invés de colocar o dinheiro na bolsa, eles optam pelo tesouro”, sintetiza o executivo.

Ricardo Assaf, CEO da Unblock Capital, observa que a cidade tende a atrair profissionais ligados ao setor de tecnologia. “São pessoas mais jovens, em busca de diversificar o capital e que usufruem dos benefícios oferecidos pela cidade”, argumenta. “Em Dubai, o pagamento dos imóveis pode ser feito com moedas digitais e direto com a construtora, o que encanta os investidores mais arrojados”, complementa.

Altitude De Grisogono tem apartamentos de 1 quarto e 80 m² avaliados em US$ 600 mil. A previsão de entrega é 2028/ Crédito: Divulgação Damac

Em um País onde 88,4% da população é composta por estrangeiros, as facilidades para imigração também se tornaram um trunfo para as empresas brasileiras atraírem investimentos na América do Sul. “Dubai não é tão caro quanto pensam. E as pessoas ainda pensam que é um lugar com muitas restrições, mas os estrangeiros são muito bem vistos aqui”, garante Pontes.

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