Arquitetura Sustentável

Como áreas verdes influenciam empreendimentos imobiliários

Paisagismo e áreas de convívio com natureza norteiam decisões de consumidores e incorporadoras

Por:Breno Damascena 21/09/2023 3 minutos de leitura
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Construtoras tentam emular vida bucólica em meio a ambientes urbanos/ Crédito: Divulgação/Parque Camboriú

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O Dia da Árvore, celebrado neste 21 de setembro, impulsiona conversas sobre o impacto das áreas verdes no bem-estar e qualidade de vida da população. O mercado imobiliário já reflete este tema há tempos e incorporadoras de diversos segmentos se reinventam para desenvolver empreendimentos que se propõem a conectar seus moradores com a natureza.

O último estudo Tendências de Moradia, do Fipe Zap+, mostra que a proximidade de parques e áreas verdes é a segunda característica mais buscada por potenciais compradores de imóveis (29%). O item fica atrás apenas de “estar próximo a vias de acesso e avenidas (48%)” e a frente de “estar próximo de clubes, shoppings, cinemas, teatros e museus (24%)” e “estar próximo de praias (15%)”. 

O comportamento foi impulsionado pela pandemia, quando o isolamento social estimulou moradores a cultivarem plantas em apartamentos e o item se tornou tendência na decoração de interiores. “O contato com a natureza faz com que as pessoas fiquem mais criativas e tenham um equilíbrio de vida”, acredita Filipe Pitz, CEO da PZ Empreendimentos. 

A PZ Empreendimentos faz parte de um grupo de incorporadoras responsáveis pelo Parque Camboriú, um projeto residencial em Balneário Camboriú (SC) que tem a sustentabilidade e a preservação de áreas verdes como pilares fundamentais. O imóvel prevê 8,5 mil m² de área de mata preservada integrando três torres residenciais com 26 andares. “Estamos tentando levar a natureza para onde não tem”, pontua Filipe. 

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“A ideia é desenvolver um ambiente para que os moradores possam criar seus filhos em contato com o meio ambiente, melhorando a saúde e o bem-estar”, complementa. Essa preocupação se estende a características do edifício como uma fachada verde, pontos de recarga de veículos elétricos, espaço para compostagem de resíduos orgânicos e placas fotovoltaicas.

Mercado aquecido

A atenção à sustentabilidade foi o que motivou a administradora de empresas Weronica Pereira a investir em uma unidade no Parque Camboriú. “As pessoas estão mais conectadas e desejam estar mais próximas da natureza. Ter acesso a isso, mas permanecer em uma região urbanizada, faz toda a diferença”, celebra.

Em um Brasil que incentiva o adensamento populacional com tanto vigor em grandes metrópoles, empreendimentos com áreas verdes são um negócio lucrativo. Em São Paulo, o Hive Ibirapuera tenta englobar o meio ambiente no projeto arquitetônico em uma das regiões mais valorizadas da cidade. 

“Trazer o jardim suspenso para dentro do edifício aproxima a natureza do lar. Queremos criar aquela sensação de morar em uma casa”, justifica Flavia Chammas, sócia da Constrac, construtora responsável pelo empreendimento. “Desde o início já incorporamos a sustentabilidade no projeto. O paisagista participa de todos os processos construtivos”, complementa.

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Paisagismo se mescla com a verticalidade do prédio e luz natural em evidência destacam atenção de incorporadoras às áreas verdes/ Crédito: Hive Ibirapuera/Divulgação/Constrac

Além dos jardins suspensos, o Hive explora o uso da iluminação para reforçar a sensação de proximidade da natureza. “Utilizamos materiais que potencializam a luz natural e reforçamos a presença de plantas para os clientes poderem fazer uma pausa na correria do dia a dia”, justifica Rodrigo Lourenço, diretor comercial da Constrac.

De acordo com Tatiane Verri, Coordenadora de Incorporação da Yuny Incorporadora, ao introduzir elementos naturais em espaços residenciais é possível criar ambientes mais saudáveis. O Organy, empreendimento desenvolvido pela companhia na Vila Clementino, em São Paulo, por exemplo, está sendo projetado com uma horta comunitária que poderá ser usada por todos os moradores. 

Na visão de Alexandre Souza Lima, CEO da Meta Incorporadora, a própria percepção do mercado vem mudando. “Antes, na concepção de empreendimentos imobiliários, o paisagismo tinha um papel secundário. Investia-se pouco nisso. Hoje, nos edifícios modernos, o projeto paisagístico é tão importante quanto o arquitetônico. Os espaços verdes são cada vez mais valorizados e a percepção de um produto de qualidade passa pela valorização do verde”, compreende.

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