[OPINIÃO] O corretor na era digital: tecnologia, dados e relacionamento
Dionatan Raupp é diretor da imobiliária Novo Lar - Rio Grande do Sul

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A profissão de corretor de imóveis está mudando. Se antes bastava apresentar imóveis e conduzir negociações, hoje o sucesso depende de tecnologia, dados estratégicos e, principalmente, da construção de um relacionamento próximo com clientes, cada vez mais informados e exigentes.
A informação qualificada tornou-se um diferencial decisivo. Conforme dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, apenas 19% das empresas do setor utilizam ferramentas de inteligência artificial, embora 71% das que adotaram tenham percebido ganhos expressivos em eficiência e precisão nas negociações.
Ferramentas preditivas, dashboards de análise e plataformas de precificação permitem traçar cenários, reduzir riscos e orientar decisões mais estratégicas, transformando dados em ações concretas.
O processo de compra também se inicia cada vez mais no ambiente digital. Dados da McKinsey indicam que 70% das decisões de compra de imóveis começam online, e 97% dos compradores utilizam a internet em algum momento da jornada. Plataformas digitais com visitas virtuais, assinaturas eletrônicas e simuladores de financiamento já permitem reduzir o tempo médio de fechamento.
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Além disso, essas ferramentas aumentam significativamente a taxa de conversão de leads qualificados, conforme dados do estudo “Panorama da Geração de Leads 2025”, da Leadster, que analisou o impacto das ferramentas digitais no setor imobiliário.
Apesar do avanço digital, a tecnologia não substitui a humanização. Apenas 11% dos brasileiros se sentiriam confortáveis em comprar um imóvel totalmente online, segundo pesquisa da Loft e da Offerwise. A presença do corretor continua essencial para interpretar informações, conduzir negociações e gerar confiança, garantindo que cada decisão seja segura e personalizada.
O relacionamento permanece um fator determinante: comunicação clara, empatia e atenção aos detalhes permitem que o corretor atue como elo humano entre expectativas, necessidades e possibilidades. É ele quem interpreta as informações de forma personalizada, compreendendo o perfil do cliente, seu momento de vida e seus objetivos financeiros. Essa combinação de escuta ativa, empatia e confiança mantém o papel deste profissional insubstituível no processo de compra.
Outro fator que transforma o trabalho do corretor é a expansão das proptechs e construtechs no Brasil. Segundo estudo da Thesis Driven, o número de startups especializadas em soluções de precificação, gestão de leads, análise de dados e integração com marketplaces saltou de 500 em 2018 para mais de 1.200 em 2024, representando um crescimento de 13,5% ao ano.
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Esses avanços tornam o setor mais competitivo, transparente e ágil, proporcionando aos clientes uma experiência de compra mais fluida e segura.
Mesmo com todas essas inovações, o papel estratégico do corretor continua central. Além de apresentar imóveis, é preciso compreender o perfil do comprador, analisar o cenário econômico, interpretar tendências de valorização e transformar tecnologia em ferramenta de aproximação, não de distanciamento.
O corretor que se destaca é aquele que une inteligência de mercado, domínio digital e relacionamento humano, ajudando o cliente a investir melhor, construir patrimônio e realizar sonhos com mais tranquilidade e segurança.
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