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FGTS vai estabelecer os limites do crescimento do Minha Casa, Minha Vida

Thiago Ely é diretor executivo comercial da MRV&CO

Por:Thiago Ely 03/03/2024 2 minutos de leitura
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"A maior preocupação fica por conta do orçamento disponível e as possíveis consequências da indisponibilidade do capital ao longo do ano"/ Crédito: Cenas brasileiras/AdobeStock

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Impulsionado pela reestruturação do Minha Casa Minha Vida (MCMV), o ano de 2023 marcou uma transformação no panorama do mercado imobiliário. A reformulação do programa desempenhou um papel importante ao facilitar o acesso à moradia por meio de taxas de juros mais baixas e ampliação das faixas de preço dos diferentes grupos, notavelmente elevando os subsídios do grupo 1.

A Caixa Econômica Federal, por sua vez, sendo o principal agente financiador da indústria, assumiu uma postura proativa ao modernizar métodos de avaliação, estender os prazos de financiamento para até 35 anos e otimizar a análise de crédito, alinhando-se à dinâmica positiva estabelecida pelo governo. 

Adicionalmente, estados e municípios, incentivados pelas metas federais, compreenderam a relevância da habitação e implementaram programas locais, como o Casa Fácil, no Paraná, precursor e modelo exemplar para demais localizações pelo país, como em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Amazonas e Rio de Janeiro. 

Os ajustes no programa trouxeram consigo melhorias em diversas esferas e as ações regionais têm o poder de impulsionar ainda mais o alcance e eficácia dessas iniciativas. No entanto, apesar dos recordes históricos no número total de contratações do MCMV via FGTS, alguns questionamentos são pertinentes para que o programa continue ganhando robustez nos próximos anos. 

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A maior preocupação fica por conta do orçamento disponível e as possíveis consequências da indisponibilidade do capital ao longo do ano. Outro ponto de atenção é quanto a uma possível correção anual da inflação para as diferentes faixas de renda em cada grupo do programa. 

Sabemos que, dentro do MCMV, as taxas de juros são diferenciadas, comparando o que é ofertado pelo mercado e esse ajuste incluiria uma base relevante de novos potenciais compradores em cada faixa. 

Por outro lado, uma das contribuições mais significativas para o mercado em 2024 é o ‘FGTS Futuro’, medida para facilitar a compra da casa própria por meio da utilização de depósitos futuros na composição de renda, considerado um aditivo que ajudará a pagar as prestações do MCMV. 

Essa proposta está prevista para entrar em vigor ainda nos primeiros meses do ano e terá como foco, inicialmente, famílias que compõem o grupo 1 do programa habitacional, com renda mensal de até R$ 2.640. O objetivo do recurso é aumentar a capacidade de financiamento no momento de demonstrar capacidade de pagamento na aquisição de um imóvel.

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Sabemos que a construção de novos empreendimentos não só impulsiona o setor, gerando empregos, urbanização e melhorias sociais, mas também causa impactos tangíveis, melhorando a infraestrutura local, com a entrega de novas soluções de mobilidade, sustentabilidade e urbanismo. 

Ao projetar o futuro, o mercado de habitação econômica é promissor e volta a ter atratividade. A MRV, por exemplo, projeta mais de 30% de novos empreendimentos em 2024. Se em 2023, já batemos recorde de vendas líquidas, com aumento de 45% frente ao ano anterior, acreditamos que 2024 será ainda melhor. 

Essa recuperação do apetite deve ser uma tônica para grande parte das construtoras, dado que os projetos governamentais estão em trâmite e devem ter suas liberações aceleradas. Entretanto, o dinamismo do mercado será atrelado à capacidade de financiamento pelo FGTS, uma variável que delineará os limites desse crescimento.

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