O advogado e Coordenador de Direito Condominial na Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB-SP, Dr Rodrigo Karpat, alerta para o momento que exige mais calma e empatia. “Precisamos equalizar diversas questões dentro dos condomínios neste momento de isolamento social, como o home office, as crianças em casa e as obras necessárias que surgem no dia a dia. É preciso que a gestão condominial, como um todo, tente, com muito bom senso, atender a todos”, alerta. E talvez aqui esteja a grande dificuldade do momento: atender a todos. Certamente, os síndicos enfrentam dificuldades neste lugar.
Luísa Rolim D’Aquino, moradora de Itacorubi, Florianópolis, conta que também passou pelo problema. Diz que teve uma noite em que sua bebê, de então 9 meses (agora 1 completo), chorou muito durante a noite e dia seguinte, a vizinha foi questioná-la. Constrangida, acabou explicando que era comum quando sentia uma dor na barriga.
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“Mas na verdade me segurei pra responder que o bebê às vezes chora porque simplesmente é um bebê. Acho que as pessoas tão ficando meio surtadas e intolerantes com o tempo trancada em casa”, desabafa. “Uma criança e um bebê fazem barulho dentro de casa porque é da natureza delas, estão com emoções, comunicação e razão não amadurecidas. Errado é quem cobra uma postura diferente disso”, fala a funcionária pública do Tribunal da Justiça.
Incomodada não só com a falta de empatia da vizinha, como com a falta de compreensão de outra mãe, Luísa e o marido acabaram ficando apreensivos na casa. “Passamos tentar, ao máximo, fazer com que ela não chore. Tentativas essas que, às vezes, deixam a gente acordado de prontidão por longos períodos à noite ou dormindo na sala. Acabamos também saindo de casa e fomos pra casa do meu sogro para evitar reclamações. E assim, a minha filha não um bebê chorão. É um bebê bem normal e saudável”.
“O condomínio é uma pequena célula da sociedade, mas que retrata com exatidão a nossa realidade, evidência em alguns locais a falta de respeito, a intolerância e a incapacidade de alguns moradores colocarem-se no lugar do outro e visualizar os problemas que algumas famílias estão enfrentando com o confinamento, principalmente quando os pais estão trabalhando home office e as crianças também estão em casa, presos, tendo que assistir as aulas transmitidas online”, pontua Rosely Schwartz – Profª do Curso de Administração de Condomínios e Síndico Profissional da FECAP e Conciliadora e Mediadora pelo IASP.
“As crianças que frequentavam o jardim de infância foram muito afetadas com a pandemia, não possuem uma atividade curricular, tendo os pais que as ocupar de alguma forma, pois somente a TV não preenche a sua necessidade de movimentação diária. Realizar atividade física é fundamental para as crianças”, reforça.
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