Valores de bens imobiliários no metaverso despencam
Adesão mais lenta do que o esperado fez com que terrenos anunciados acumulassem queda de até 85% nos preços de mercado
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Um terreno em um dos cinco maiores projetos do metaverso baseados na criptomoeda ethereum pode ser adquirido hoje por cerca de US$ 2.500. Para efeitos de comparação, o preço médio estava em US$ 21.000 em janeiro deste mesmo ano. E o cenário não é diferente no Sandbox, o maior metaverso do mundo em volume de terrenos vendidos, onde a média caiu de US$ 35.500 para cerca de US$ 2.800 em agosto, de acordo com informações da Forbes.
O que pode explicar, parcialmente, a forte queda nos preços, é a baixa procura. O volume semanal de propriedades compradas nos cinco principais ambientes do metaverso era de US$ 62,5 milhões em meados de novembro de 2021. Já na primeira quinzena de agosto de 2022, as aquisições registraram movimentação de apenas US$ 650.000. Uma queda de quase 99% na demanda.
O número contraria a expectativa de investidores e agências de análise. A CNBC divulgou em fevereiro deste ano que as vendas de imóveis nas quatro principais plataformas do metaverso atingiram US$ 501 milhões em 2021, segundo dados da MetaMetric Solutions. As vendas em janeiro chegaram a US$ 85 milhões e a empresa projetou que, nesse ritmo, poderiam atingir quase US$ 1 bilhão no final de 2022.
Avaliações controversas
A decepção dos últimos meses foi tamanha que levou o investidor bilionário Mark Cuban a afirmar que “a compra de um imóvel virtual no metaverso seria a escolha mais estúpida de todos os tempos”. Apesar de ser um entusiasta das criptomoedas e proprietário de coleções populares de NFTs (Non-fungible Token, em inglês), o empresário classifica a aquisição como “burra” e salienta que o lastro dos terrenos físicos, baseado em escassez, não se aplica aos terrenos virtuais, que podem ser replicados infinitamente.
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As principais plataformas a oferecer oportunidades significativas de imóveis virtuais até o presente momento são Decentraland, The Sandbox, CryptoVoxels e Somnium Space. A alegação das empresas ainda é de que cada plataforma do metaverso tem um número definido de lotes. Dessa forma, o terreno no metaverso seria uma mercadoria limitada – e é por isso que os investidores correram para colocar o pé na porta antes que os melhores lugares fossem conquistados.
Assim como no mundo real, a localização perto de grandes centros com infraestrutura, próximo a sedes de grandes empresas e em bairros com propriedades de artistas famosos elevariam o preço do metro quadrado. Mas isso não está se confirmando como um ativo neste momento, já que a procura dos grandes investidores e a adesão do público geral está demorando muito mais do que o esperado depois de importantes empresas anunciarem investimento.
Metaversos fortes, como The Sandbox e Decentraland, seguem com apoio de grandes empresas como Adidas, Atari, Binance, Santander e muitas outras, assim como de celebridades que já demonstraram enorme interesse pelo assunto. Além disso, o metaverso Otherside, da Yuga Labs, empresa por trás dos NFTs Bored Ape Yacht Club, também segue gerando interesse nos entusiastas do universo cripto e blockchain. Isso significa uma boa oportunidade para comprar terrenos na baixa e, quem sabe, vender na alta procura?
Dada a natureza imprevisível do metaverso e da criptomoeda, os consultores financeiros internacionais recomendam investir apenas o dinheiro que você está disposto a perder e apenas caso esteja propenso ao risco. O cenário ainda é muito inicial e não existem garantias de rentabilidade ou lucro com publicidade a partir de propriedades virtuais. O avanço das tecnologias nos próximos anos prometem surpresas e o interesse público diante das novas possibilidades ainda não pode ser medido.
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