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SINDUSCON-SP projeta desaceleração do PIB da Construção para 2,4% em 2023

Transição do Governo Federal gera dúvidas, mas retorno do Minha Casa Minha Vida renova expectativa de investimentos

Por:Breno Damascena 15/12/2022 2 minutos de leitura
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Projeção para o setor em 2022 é de crescimento de 7% / Crédito: Renan on Unsplash

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A projeção do SindusCon-SP é de que o Produto Interno Bruto (PIB) da Construção registre crescimento 2,4% no próximo ano. A porcentagem significa queda significativa na taxa de crescimento anual registrada em 2021 (10%) e na estimativa atual de que o crescimento de 2022 será de 7%. A instituição explica que a queda nas expectativas é explicada pelo período de transformação que o País está atravessando.

“A transição relacionada às eleições, a elevada taxa de juros e a desaceleração no consumo das famílias promovem o surgimento de incertezas. A dificuldade de visualizar o futuro impacta as expectativas e os investimentos do mercado”, avalia Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/ FGV).

Para Castelo, o pessimismo em relação ao futuro gera retração nos investimentos. “As pessoas deixam de tomar determinadas atitudes e, de fato, o futuro se torna pior”, argumenta. Apesar do crescimento ser menor do que o registrado nos últimos anos, o SindusCon-SP celebra a tendência de que o PIB da Construção continue em uma toada positiva. 

Existe esperança de que o ciclo no próximo ano seja alavancado pelos investimentos em habitação popular, liderados pelo retorno já anunciado do Minha Casa Minha Vida. “A retomada do programa pode acelerar o mercado e impactar no PIB do setor”, comentou. Além disso, a instituição espera que o ciclo imobiliário e os investimentos privados em infraestrutura colaborem para essa conjuntura.

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Cenário em 2022

Para este ano, a projeção do SindusCon-SP é de crescimento de 7%. O número é fomentado pela taxa registrada no primeiro trimestre do ano (10,6%), mas, também, pelos bons índices de ocupação registrados no setor durante o ano. No terceiro trimestre de 2022, por exemplo, 7.416.466 pessoas com 14 anos ou mais estão empregadas no setor da construção civil. 

A maior parte dos trabalhadores está no segmento de edificações (12,5%), seguido por serviços (13,6%) e infraestrutura (3,9%). “O ciclo recente efetivado continuará repercutindo no mercado de trabalho”, destaca o vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan. Outro fator de atenção é que, em 2022, R$ 163 bilhões foram investidos em projetos de infraestrutura no País. 

“Os produtos que a construção civil entrega são de longo prazo. E a pandemia modificou substancialmente a questão produtiva, não só deste, mas de todos os setores”, pontua Castelo. “Há um certo desencanto com as atividades financeiras diante do ambiente de juros do Brasil. E tudo isso mostra que o imóvel ainda é um porto seguro para quem busca investimentos confiáveis.”

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