A falta de tempo não é motivo para não praticar, segundo
a profissional. Ela orienta seus alunos a começarem com pelo menos 1 minuto por
dia. “Importa menos o tempo e mais a constância”, justifica. Durante esse curto
período, o exercício adequado é simplesmente se concentrar na respiração e
observar o processo de entrada e saída do ar no corpo.
E, dentro de casa, todo lugar é potencialmente
adequado para iniciar a prática meditativa: quarto, sala e até banheiro podem
funcionar bem. “No isolamento, muita gente divide espaço o tempo todo com
companheiro, companheira, filhos, pais e mães”, diz. “Haverá barulho externo,
mas lidar com isso é parte do processo de receber o mundo sem julgamento e
seguir adiante. A meditação é a busca pelo silêncio interno.”
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Basta pegar uma almofada, levar ao ambiente mais
isolado da casa e cumprir sua meta diária de tempo. E se a casa estiver muito
cheia, a dica é: use o banheiro. Leve um banquinho e, durante o banho,
sente-se, concentre-se e observe a respiração.
A busca pela rotina ideal
Cleiton Duarte, publicitário de 25 anos, é um
meditador experiente. Ainda assim, teve que alterar sua rotina para se adequar
ao momento da quarentena. Praticante de yoga e
meditação desde 2013, ele explica que antes da pandemia estava acostumado a
fazer sessões de yoga três vezes por semana, sempre à noite, seguidas por
sessões de meditação. Agora, as atividades são diárias e pela manhã.
Após acordar, Cleiton leva seu tapete de yoga para
a sala, em frente à varanda, e ajeita seu notebook para assistir à aula online.
Depois, faz exercícios de respiração e medita, entre 20 e 60 minutos por
sessão. “Tenho notado que praticar pela manhã é o
ideal para mim. É uma forma de começar o dia com a mente limpa”, relata. “É uma
maneira de se conhecer melhor, de observar a mente e o corpo de forma saudável.”
A escolha da sala não foi à toa. “Como moro em uma
região bastante arborizada de São Paulo, vejo árvores e me sinto mais próximo à
natureza.”
Caroline explica que para quem pode, o ideal é ter
um cantinho dedicado à meditação. “Praticar sempre no mesmo lugar e no mesmo
horário é ferramenta para criar o hábito.” Em relação ao horário, a recomendação varia de acordo com o
indivíduo. A dica importante é: fuja do momento de sono, ou seja, observe em
que período do dia tem mais disposição, se de manhã ou à noite.
O ambiente da casa mais indicado é aquele espaço
onde você se sente mais confortável – Caroline recomenda, na maior parte dos
casos, o quarto. E não é necessário criar uma estrutura com altar, símbolos,
estátuas ou nada do tipo – mas quem quiser, claro, pode ter. Basta uma almofada
ou uma cadeira de meditação.
Conforme o praticante se adapta, a demanda por mais
dedicação se intensifica. A começar pela postura. A posição consagrada da
meditação é a perna em lótus ou meia lótus – que as crianças devem conhecer
como “perna de índio” – com a coluna ereta. E a recomendação geral é para
manter o corpo parado – sem mover mãos, sem se coçar e administrando
mentalmente dores ou sensação de formigamento.
“É um compromisso consigo mesmo manter a posição
correta. A energia é canalizada pela coluna, portanto, quanto mais ereto,
melhor. E o corpo imóvel ajuda a manter a atenção e concentração”, justifica
Caroline.