Há uma década, uma “dica” de investimento se tornou comum nas rodas de conversas entre a classe mais abastada brasileira: a compra de imóveis na Flórida. Naquele momento, o investimento parecia infalível e requintado, diante de uma combinação entre taxa de câmbio convidativa ao brasileiro e preços dos imóveis americanos bastante depreciados após a crise financeira de 2008, com a eclosão da bolha imobiliária por lá.
Anos depois, muitos perderam dinheiro e viram que o custo dessa estratégia poderia ser alto. No entanto, seguem investindo no setor imobiliário americano, mas agora em ativos financeiros, assim como tantos outros brasileiros que foram empurrados para a diversificação no exterior por conta do ambiente de juro baixo no Brasil.
Casa em Miami significa mais contas no fim do mês
Se antes compravam pequenas mansões perto da Disney, agora os abonados adquirem cotas de fundos que investem em imóveis. “Os investidores perceberam que os custos de carregamento, como impostos, seguro, condomínio, água, luz, consomem parte relevante do potencial de valorização do ativo. E estão se desfazendo dos imóveis e realocando os valores para investimentos em fundos atrelados ao mercado imobiliário”, diz o vice-presidente executivo da YellowFi Management, Cássio Segura. Nos fundos de investimento, esses brasileiros continuam expostos ao risco do mercado imobiliário, mas sem os custos inerentes a posse de um imóvel e com maior flexibilidade de liquidez.