Investir em Imóveis

Aproveitando terrenos rejeitados por incorporadoras, CUBE constrói casas em bairros nobres

Condomínios horizontais abrigam imóveis de até 470m² e que podem custar até R$ 6 milhões

Por:Breno Damascena 24/07/2024 4 minutos de leitura
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Startup tenta atrair pessoas que desejam sair dos apartamentos para morar no nível do chão/ Crédito: Sérgio Prado/ Divulgação/CUBE Inc.

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Vestido de concreto e aço, o progresso que avança sobre a cidade de São Paulo se traduz em prédios altos, imponentes e luxuosos. Incentivados pelo Plano Diretor e atendendo demandas imobiliárias, incorporadoras e investidores coordenam a verticalização da capital paulista. Caminhando na contramão deste movimento, a CUBE Inc se propõe a ser um refúgio para quem deseja trocar a varanda gourmet dos apartamentos pelo rooftop das casas térreas.

Fundada em 2017, a incorporadora desenvolve condomínios horizontais em bairros nobres de São Paulo. Ao invés do apartamento, a empresa aposta na venda de casas que vão de 90 m² a 470m². Desde o lançamento, a CUBE entregou 11 empreendimentos e tem outros três em construção. Cada um destes projetos abriga de 7 a 15 unidades residenciais e os imóveis custam de 2 a 6 milhões de reais. 

Um destes empreendimentos é o CUBE Áurea, um condomínio construído na Rua Áurea, na Vila Mariana, zona Sul de São Paulo. Entregue em 2022, o projeto possui 11 casas de 145 a 275 m². Todas as unidades contam com 2 quartos, 2 banheiros e 2 vagas de garagem. “São casas padronizadas, mas personalizáveis. Se o morador quiser transformar a garagem em um salão com churrasqueira, ele pode”, garante Octávio Moreira, CEO da CUBE. 

Octávio Moreira, CEO da CUBE, diz que já recusou o aporte de investidores porque deseja manter ar artesanal dos empreendimentos/ Crédito: Sérgio Prado/ Divulgação/CUBE Inc.

Ele conta que a ideia surgiu quando trabalhava com incorporação na construtora Gafisa e enxergou uma oportunidade: os terrenos que eram rejeitados pelas grandes empresas. “Adquirimos terrenos que ninguém quer, pois são problemáticos”, afirma. “São terrenos que estão perto de vilas e o Plano Diretor proíbe construções altas ou terrenos que possuem casas tombadas, por exemplo”, enumera o executivo.

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O CUBE Campo Belo é um destes casos. “O condomínio foi construído em um terreno de 1.500 m² que uma grande construtora tinha desistido de comprar porque ele ficava dentro de uma vila e existia um gabarito de altura que proibia a construção de prédios altos”, exemplifica Octávio.

Desta forma, a companhia celebra a entrega de 115 unidades e um VGV (Valor Geral de Vendas) total de 251 milhões de reais – cerca de R$ 22 milhões por empreendimento.

Negociação e venda

Ainda que os terrenos em que os condomínios são construídos não interessem às grandes empresas, eles não são espaços fáceis de encontrar ou mesmo baratos. É por isso que a CUBE aposta em um modelo de permuta para tentar driblar os altos preços. Foi assim que adquiriu um terreno de 500 m² no Itaim Bibi que pertencia ao arquiteto Benedito Abbud. 

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Valor de condomínio custa cerca de R$ 600 reais e segurança é realizada pelos próprios moradores, com um aplicativo de vigilância/ Crédito: Sérgio Prado/ Divulgação/CUBE Inc.

“Em troca do terreno, ele ganhou três casas no condomínio e os imóveis estão alugados no momento”, esclarece Octávio. Apesar da exceção, os imóveis construídos no CUBE não são exatamente atrativos para investidores. “Eles vão preferir comprar apartamentos pequenos próximos a universidades e hospitais, por exemplo. Com o dinheiro de uma só casa dá para comprar vários estúdios”, compara. 

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A estratégia de comunicação da empresa, portanto, se volta apenas para potenciais moradores. “É uma venda com longo tempo de maturação. Além dos aspectos financeiros, o potencial comprador precisa estar disposto a morar em uma vila, apto a subir três andares de escada e entender os pormenores deste tipo de empreendimento”, analisa Rodrigo Toninato, Sócio e Diretor Comercial da Cube. 

Empresa aposta em terrenos de 500 m² a 700 m², mas próximo passo prevê a aquisição de terrenos maiores/ Crédito: Sérgio Prado/ Divulgação/CUBE Inc.

É por isso que a empresa conta com uma equipe própria de vendas, responsável por tirar dúvidas dos compradores. “Muitos deles, acostumados a viver em apartamentos, costumam perguntar coisas básicas: ‘onde chega a encomenda?’, ‘como abre o portão?’, ‘posso transformar a garagem em um salão de festas’”, enumera Rodrigo. “Nosso trabalho passa por ensinar as pessoas a morar novamente em uma casa”, brinca.

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Atualmente, a CUBE apresenta três tipos de produtos, cada um deles voltado para atender as preferências do público-alvo e o zoneamento de São Paulo: o CUBE, com vila de casas que podem ter de 5 a 15 unidades, com metragens que variam de 90 a 200m²; o CUBE XL, condomínio a partir de  7 unidades de 250 a 470m²; e o VERT, empreendimento misto residencial vertical a partir de 7 unidades de 2 e 3 suítes de 90 a 200m². 

Durante essa jornada, a CUBE recebeu prêmios internacionais de design, incluindo o Design Awards e o IDA Design. Porém, ao falar sobre os próximos passos, Octávio é comedido.

“Queremos manter os processos mais artesanais, com projetos pequenos e operando sempre no positivo, sem precisar recorrer a financiamentos”, afirma. Voando assim, abaixo do radar, a CUBE tenta atrair pessoas que desejam voltar a morar no nível do chão.

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