A chegada da Inteligência Artificial (IA) no setor da construção civil está repleta de expectativas promissoras. Segundo o McKinsey Global Institute, a IA generativa pode gerar um retorno de até U$S 180 milhões para o mercado imobiliário. Porém, além do retorno financeiro, o uso da tecnologia também promete melhorar uma dor antiga do setor: a falta de mão de obra especializada.
Segundo um levantamento feito em 2023 pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), 7 a cada 10 construtoras têm dificuldade em manter o quadro de funcionários completo. Acredito que poderemos usar a tecnologia ao nosso favor para aprimorar serviços, mas não como uma forma de substituir a força de trabalho humana.
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E os dados já provam isso: o Fórum Econômico Mundial prevê que a automação resultará em um aumento líquido de 58 milhões de empregos ao redor do mundo. No mercado imobiliário, não será diferente. Atividades serão adaptadas e redesenhadas, assim como o setor já vem se fazendo há décadas.
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Como profissional nesta indústria há mais de 20 anos, fiquei curioso com as promessas e propostas dessa inovação tecnológica. Desde então, passei a testá-la e rapidamente a incorporei em minha rotina. Estas são as cinco lições que adquiri com o uso da IA e da IA generativa no mercado imobiliário nesse período:
1. Entregas personalizadas elevam o nível de satisfação do cliente
Quando falamos da inteligência artificial, sobretudo da IA generativa, nos deparamos com um mundo de possibilidades. A experiência do cliente, tão importante para a fidelização e captação de novos compradores, é elevada a altos níveis de personalização – sobretudo por conta das infinitas possibilidades de criação de personas que se adaptem e atendam aos clientes da forma que preferirem.
Pensando no Brasil, um país com ampla diversidade cultural e diferentes costumes regionais, vemos uma possibilidade melhor de nos aproximarmos de nossos clientes e de suas realidades, oferecendo um atendimento diferenciado em momentos decisivos – como na geração de leads ou nas tratativas envolvendo a conclusão de algum contrato de compra ou venda de um imóvel.
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2. Automação gera autonomia
Ainda muito temida em diversos mercados, vejo a automação como sinônimo de uso inteligente do tempo. Não, não me refiro aqui em usar a IA e a IA generativa para substituir pessoas, mas sim para aplicá-las em atividades repetitivas e burocráticas, como no atendimento 24h de clientes ou até mesmo na leitura, interpretação e captação de dados em documentos.
Seu uso tem feito uma grande diferença na rotina dos corretores e dos profissionais do setor, já que proporciona um melhor aproveitamento do tempo – sem descartar, é claro, a necessidade de uma revisão minuciosa e criteriosa do que a IA desempenhou ou produziu. Dessa forma, obtemos mais eficiência, produtividade e ganhamos tempo para outras demandas que requerem mais atenção.
3. Dados e insights trazem lições valiosas – e desmascaram os riscos
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Um dos grandes segredos do uso da IA generativa está na sua capacidade analítica de interpretar informações, dados e contextos em tempo real.
Dependendo da atividade em que ela está sendo empregada, esse recurso pode gerar relatórios e percepções sobre suas vendas, negócios, contratos e até sobre a satisfação e retorno de seus clientes. Isso também proporciona um apoio no processo de descoberta de eventuais problemas, desmascara riscos e permite uma rápida e segura mudança na rota dos negócios, caso seja necessária.
4. Estamos vivendo a modernização da profissão
As aplicabilidades da IA são infinitas e estão mudando a forma de trabalhar em diferentes indústrias. Sua chegada no imobiliário molda o que vejo como os próximos passos e desafios das profissões de corretores e incorporadores.
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Essa modernização traz também novas possibilidades para o futuro do trabalho no setor – pensando nas próximas gerações, vejo um mercado mais digital e atrativo, intensamente conectado à tecnologia, com jornadas de trabalho mais flexíveis.
5. A força de trabalho humana se faz ainda mais necessária
Como em muitas profissões, as relações humanas e a proximidade são essenciais no dia a dia do profissional do mercado imobiliário. A nossa rotina depende muito do contato físico e mais próximo dos compradores, uma vez que no fim do dia estamos lidando com sonhos e paixões das pessoas, como a casa própria ou a abertura de um negócio.
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Por mais que já seja possível usarmos tours virtuais, IAs em chats e tecnologias que tornem a experiência de compra e venda mais rápida e digital, nada disso substitui a necessidade de conhecer um imóvel presencialmente, por exemplo. Tampouco elimina ou compensa a relação de proximidade construída com os compradores.
A principal lição que fica é que a inteligência artificial veio para ser um meio, não um “fim”, afinal, é uma tecnologia que chegou para alavancar a nossa produtividade. O seu avanço no setor imobiliário nos impôs um novo ciclo de renovação, que demandará resiliência e flexibilidade, mas que já está transformando o nosso presente para um futuro mais eficiente e conectado.