Como o seu aluguel pode ser impactado pela alta da Selic?
Com compradores inibidos, mercado de locação deve ter alta demanda e encarecimento de preços

Publicidade
Em março, a taxa Selic subiu em 1 ponto percentual e chegou ao patamar de 14,25% ao ano. A perspectiva de especialistas é que o índice continue nas alturas nos próximos meses. A taxa básica de juros é determinante para definir o custo de financiamentos imobiliários, além de ser capaz de afetar a decisão de compra de imóveis e até o preço dos aluguéis.
A Selic é uma ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Quando a inflação está alta, a instituição aumenta a taxa de juros para diminuir o consumo e, como consequência, baixar os preços. Ela é utilizada pelas instituições financeiras para precificar os juros cobrados em empréstimos, financiamentos imobiliários e até em fundos de investimento.
+ Juros altos derrubam interesse em investir em imóveis
“O custo do crédito sobe, tornando as parcelas mais altas e aumentando o valor total pago ao longo dos anos”, explica Stéfano Ribeiro Ferri, especialista em direito imobiliário e do consumidor e membro da comissão de direito civil da OAB/Campinas. Ele recomenda cautela para quem está pensando em buscar um financiamento neste cenário.
Publicidade
Por outro lado, o advogado acredita que quem possui capital próprio deve se deparar com preços atrativos e oportunidades de negócio. Isto porque, enquanto mais brasileiros adiam o sonho de comprar o próprio imóvel por conta da Selic, o aluguel continua sendo uma alternativa relevante e com alta demanda.
Negociação de aluguel
Prova disso é que o Índice FipeZap registrou um aumento médio de 12,92% nos preços dos aluguéis nos últimos 12 meses, o que mostra que o cenário não é exatamente ruim para os proprietários de imóveis alugados. No entanto, mesmo os contratos de locação podem ser afetados pela Selic.
Segundo o advogado Kevin de Sousa, especialista em direito imobiliário, os índices utilizados para reajustes de aluguel, como IGP-M e IPCA, são pressionados em momentos de alta inflacionária. “O IGP-M tende a ser mais volátil e sensível a oscilações cambiais, enquanto o IPCA reflete o consumo das famílias. Em períodos de inflação elevada, ambos pressionam os reajustes”, afirma Sousa.
+ Como renegociar o valor do meu aluguel?
Publicidade
A recomendação, neste cenário, é que o inquilino e locador busquem um acordo para o reajuste de contrato. Alterar o índice de correção do IGP-M para o IPCA, que tende a ser mais estável, é uma das dicas. “Em alguns casos, é possível negociar um reajuste fixo anual ou prorrogar contratos sem aumento imediato, beneficiando ambas as partes”, sugere Ferri.
NOTÍCIAS MAIS LIDAS
NEWSLETTER
IMÓVEIS
Inscreva-se e receba notícias atualizadas do mercado de imóveis