Investir em Imóveis

Sob gestão de mulheres, construtora registra salto de 400% no VGV

Em 2023, J. A. Russi registrou um VGV de R$ 360 milhões e agora projeta um crescimento de 70% em 2025

Por:Breno Damascena 29/08/2024 4 minutos de leitura
Joana Russi Reis (esq.), Suzana de Fátima Russi Chiamenti (centro) e Rose Russi (dir.) comandam construtora com banco de terrenos avaliado em R$ 700 milhões/ Crédito: João Pedro Varela/Divulgação J. A. Russi

Publicidade

A imagem de homens carregando tijolos e tomando decisões faz parte do imaginário que se construiu em torno do mercado imobiliário. Um movimento recente realizado pela construtora catarinense J. A. Russi tenta contrastar essa visão. Desde 2018, a companhia conta com três mulheres em cargos de liderança e, durante a gestão delas, a empresa registrou um salto de 400% em Valor Geral de Vendas (VGV)

Suzana de Fátima Russi Chiamenti assumiu a presidência do grupo em 2018, após o falecimento de João Amadeu Russi, o fundador da companhia e seu pai. Joana Russi Reis, sua irmã, ocupa a vice-presidência e Rose Russi, sua mãe, atua como conselheira.

No ano anterior à promoção de Suzana, a empresa havia alcançado um VGV de R$ 65 milhões. Em 2023, a J. A. Russi conquistou um VGV de R$ 360 milhões.

Além dos resultados já alcançados, a empresa projeta um crescimento de 70% em 2025. Essa expectativa é baseada no banco de terrenos da empresa de aproximadamente 300 mil m² e avaliado em cerca de R$ 700 milhões. “Muito do nosso avanço se deve ao salto histórico de valorização da região de Balneário Camboriú e do litoral de Santa Catarina”, comenta Suzana Chiamenti. 

Publicidade

+ Santa Catarina tem 4 das 5 cidades mais caras do Brasil para comprar um imóvel

“Também conseguimos transformar o banco de terrenos, que é uma herança da época do meu pai, em produtos relevantes”, comenta. “Desde que assumimos, implementamos uma gestão colegiada, setorizando produtos e dividindo projetos. Antes, tudo ficava só na cabeça dele e os processos eram mais limitados. Hoje, temos equipes que trabalham de forma colaborativa”, analisa. 

O poder de Balneário Camboriú e o litoral catarinense

Com atuação em Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí, o portfólio da construtora conta com mais de 1.500 apartamentos de alto padrão e 300 salas comerciais entregues, além de quase 500 mil metros quadrados de obras concluídas. Porém, a entrada das mulheres nos cargos de liderança também significou um novo estágio para a empresa, com a entrega de novos tipos de produtos.

“Alguns já estavam em desenvolvimento quando o meu pai faleceu e outros nós desenvolvemos do zero. São projetos de altíssimo padrão e design sofisticado”, observa. Considerando parcerias e projetos societários com outras empresas, a J. A. Russi tem quatro empreendimentos previstos para 2025.

Publicidade

Com previsão de entrega para 2028, o Harmony Ocean Front está sendo construído em um terreno à beira-mar em Balneário Camboriú/ Crédito: Oficina 3D/Divulgação J. A. Russi

Além disso, a companhia conta com dois projetos proprietários em fase de construção: o Sunny Coast, em Itapema, e o Harmony Ocean Front, em Balneário Camboriú. Com previsão de entrega para 2027 e 2028, respectivamente, os prédios somam, juntos, mais de R$ 579 milhões em VGV​.

+ Com foco em investidores, mulheres se unem para lançar prédio residencial no Butantã

Localizados nas duas cidades com o preço de metro quadrado mais caro do País, os edifícios marcam a jornada de mais de 35 anos da J. A. Russi. “É uma empresa de construção familiar. Passei a maior parte da minha vida nos corredores da construtora. Tanto é que meu pai faleceu numa terça-feira de carnaval e na terça seguinte eu já estava liderando o grupo”, relembra. 

Gestão e preparação

Suzana conta que o pai já fomentava sua participação no cotidiano da construtora desde a juventude. “Ele sempre me colocou para trabalhar em diversas funções. Além dos prédios residenciais, o grupo conta com centros comerciais e boliches. Em dias comuns, nós atuávamos como auxiliar de escritório, secretária e outros papeis. Nas férias, trabalhávamos recebendo pessoas no boliche, abrindo a loja etc”.

Publicidade

+ “Investir na pauta feminina se traduz em resultados financeiros”, defende Elisa Rosenthal

“Ele também sempre cobrou bastante dos nossos estudos e reforçava a importância de ganhar experiência. Tanto é que, quando nos formamos, ele criou uma empresa para que eu e minha irmã ficássemos responsáveis pela gestão”, acrescenta. A empresa focada na produção de Estaca Hélice Contínua para construções abriu filiais em vários estados do País.

Suzana (centro) conta que um dos diferenciais de sua gestão foi criar uma gestão colegiada para ouvir as ideias de todos e trazer as decisões importantes para o grupo/ Crédito: João Pedro Varela/Divulgação J. A. Russi

Depois da experiência, as duas voltaram para a J. A. Russi, onde Suzana se especializou nas questões administrativas e financeiras, enquanto Joana tratou da locação de salas comerciais e Recursos Humanos. “O desafio seguinte foi mostrar ao mercado que, mesmo com a perda, estávamos prontas para seguir em frente, trazendo uma nova dinâmica para a construtora”, comenta.

+ Empresas de capital aberto no Brasil têm apenas 31% de mulheres na liderança

Publicidade

“Acredito numa governança feita em comitê. Gosto de ouvir as ideias de todos e trazer as decisões importantes para o grupo. Isso fortaleceu nossa equipe e trouxe uma nova energia para a empresa”, afirma. Suzana conta que, apesar do ambiente reconhecidamente masculino, não enfrenta grandes dificuldades. “Meu pai me ensinou que eu não precisava ter medo de nada por ser mulher”.

NEWSLETTER
IMÓVEIS

Inscreva-se e receba notícias atualizadas do mercado de imóveis

Confira nossas

WEBSTORIES

Notícias relacionadas

Imagem destacada

Terrenos digitais podem chegar a US$ 4,3 mi: será que vale a pena?

3 minutos de leitura
Imagem destacada

Teatro Oficina se posiciona como símbolo contra gentrificação do Bixiga

4 minutos de leitura
Imagem destacada

4 vantagens de morar em bairro residencial

2 minutos de leitura
Imagem destacada

Entenda as etapas e sequência de uma obra

3 minutos de leitura