Por que tantos jogadores de futebol investem no mercado imobiliário?
Riscos menores e o aporte em algo “físico” atraem os atletas para segmento
Publicidade
Em meio a polêmicas sobre a ‘PEC das Praias’, o nome de Neymar Jr. figura entre páginas de fofoca e editorias políticas, mas, entre os tantos debates que o tema sugere, chama a atenção o investimento do jogador no mercado imobiliário. Ele não é o único: a relação do futebol com o segmento não é recente e, ainda que as estratégias de investimento estejam mudando, este continua um ativo importante.
A parceria entre a DUE Incorporadora e a empresa de Neymar para a construção do condomínio de imóveis de alto padrão no litoral do Nordeste brasileiro é a consolidação de um movimento que se iniciou há anos entre atletas da categoria. O próprio Neymar também já está envolvido com o Edify One, edifício de luxo em Itapema, no litoral de Florianópolis, e é dono de uma cobertura no Yachthouse, prédio mais alto do Brasil, em Balneário Camboriú (SC).
Da participação em projetos imobiliários grandiosos a compra de imóveis para rentabilizar o aluguel, não faltam exemplos que corroboram esta perspectiva. Uma reportagem do E-Investidor mostra que a carteira de investimentos dos jogadores de futebol tem cerca de 40% em imóveis, 50% em renda fixa e, do que sobra, pouco vai para renda variável.
+ O que tem na carteira de investimento de craques do futebol? Um deles conta
Publicidade
Para William Machado, ex–jogador de futebol e sócio da Fami Capital, o movimento tão ativo dos boleiros brasileiros no setor imobiliário é reflexo do medo que os pais destes atletas têm do período de hiperinflação que o País viveu no fim dos anos 1990. Ele explica, portanto, que a segurança do ativo imobiliário é o que mais atrai os atletas.
“Eles concentram seu dinheiro naquilo que ouvem que é bom. E muitos pais tinham temor do que a inflação faz com seu patrimônio”, sugere William. “A expectativa é que a renda dos alugueis sustente o custo de vida deles depois da aposentadoria. O problema é que nem sempre isso acontece”, alerta.
Muito dinheiro, muito jovens
Para William, o mercado imobiliário deve ser, sim, considerado um bom investimento. O maior perigo dessa jornada, ele indica, é a falta de informação.
“Tanto para jogadores, quanto para advogados, médicos ou engenheiros, investir em imóveis é uma oportunidade de diversificação acertada. Só é necessário ter cuidado com a forma como isso é feito. Eles não podem achar que qualquer imóvel é bom por qualquer valor”, explica.
Publicidade
+ Santa Catarina tem 4 das 5 cidades mais caras do Brasil para comprar um imóvel
Ele argumenta que a vida corrida de treinos, viagens e jogos contribui para a desinformação e torna os erros mais fáceis de serem cometidos. Na prática, os jogadores dispõem de recursos financeiros para realizar investimentos, mas não possuem tempo para estudar o setor.
A maior diferença é que poucas profissões mobilizam tanto dinheiro e em um momento tão jovem da carreira quanto um jogador de futebol.
“Ao invés de investir em um apartamento de 100 mil reais, é comum um atleta comprar dois de R$ 500 mil. E como ele está vivendo do alto salário mensal, muitas vezes ele não precisa de verdade da rentabilidade do imóvel e não se importa com o que está recebendo de aluguel, por exemplo. Essa conta só é feita quando ele está prestes a se aposentar”, analisa.
Publicidade
+ Aluguel de moradia social atrai investidores em São Paulo, mas movimento recebe críticas
A solução não passaria por abrir mão de investir em imóveis, mas aprender a gerenciar esses ativos de forma eficiente. “Quanto um imóvel físico vai, de fato, te ajudar na aposentadoria? Por não fazer este tipo de conta, muitas vezes o jogador se ilude e depois precisa dilapidar a sua estrutura financeira ao vender essas propriedades por valores menores”, exemplifica o consultor financeiro.
NOTÍCIAS MAIS LIDAS
NEWSLETTER
IMÓVEIS
Inscreva-se e receba notícias atualizadas do mercado de imóveis