Fundos imobiliários retomam captações paralisadas no início da crise
Desde que a crise engrossou, a conclusão da oferta do VIFI11 é a primeira enquadrada na instrução 400 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permite a participação de todos os tipos de investidores. A última oferta desta modalidade foi concluída em 6 de abril pelo fundo Hectare CE. No meio da pandemia, algumas poucas captações se concretizaram, mas para grupinhos restritos, dentro da instrução 476. Aí entram só os chamados investidores profissionais – aqueles com mais de R$ 10 milhões em aplicações, geralmente os ricaços, family offices e instituições.
O Vinci Instrumentos Financeiros já era um fundo constituído, porém só para esse grupo restrito. Esta oferta de cotas é uma espécie de ‘reIPO’, abrindo o investimento para participação geral. Os recursos levantados serão usados para comprar cotas de outros fundos imobiliários, além de certificados de recebíveis imobiliários. Os gestores planejam aportar cerca de 80% dos recursos logo nos primeiros 30 dias, para aproveitar as cotas desvalorizadas na crise. Neste ano, Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) caiu 17%, tornando alguns ativos ‘baratos’.
Assine nossa newsletter e receba por e-mail as principais notícias e dicas.
Fique tranquilo, não enviamos SPAM.
Quero me cadastrar para receber informações relevantes por e-mail. Fique tranquilo, não fazemos SPAM.
Os fundos de fundos imobiliários – ou FOFs, como são chamados nas rodinhas de entusiastas – têm sido os mais procurados do setor na crise, uma vez que seus gestores têm aproveitado o momento de baixa no mercado para montar um portfólio de ativos de qualidade com descontos. Outra categoria que se tornou “queridinha” na crise é a de fundos de galpões logísticos, uma vez que esses imóveis são centrais para atender a atividade crescente do comércio eletrônico.
O sucesso da captação de hoje dá mais ânimo às ofertas programadas para as próximas semanas, que pretendem levantar em torno de R$ 1 bilhão. Pela frente vêm as ofertas dos fundos XP Logística, RBR Alpha e Capitânia Securities. Pouco antes da crise, 11 fundos planejavam captar R$ 3,5 bilhões, mas, desde meados de março, as ofertas acabaram canceladas, suspensas ou adiadas.
Conteúdo originalmente publicado em https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/vinci-e-xp-captam-na-crise-e-reabrem-mercado-de-fundos-imobiliarios/