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Tendência: 55% dos paulistanos aceitariam compartilhar a moradia

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas revela que o coliving tem conquistado espaço em São Paulo

Por: Hysabella Conrado 13/03/2020 3 minutos de leitura
Imagens do projeto "On Lorena", da Vitacon, localizada na Alameda Lorena com a Avenida 9 de Julho, em São Paulo/ Crédito: divulgação

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A ideia de dividir o espaço de moradia não é novidade para os universitários que se acomodam em repúblicas ou alugam quartos individuais em apartamentos com duas ou mais pessoas. Acontece que, na maior cidade do País, há uma nova tendência de habitação em curso, fazendo com que o sonho da casa própria ganhe novos contornos e desenhe um cenário diferente para o mercado imobiliário de São Paulo. É o coliving, conceito dinamarquês de residência onde é possível compartilhar áreas comuns, espaços de serviço e lazer.

Uma pesquisa encomendada pela construtora Vitacon junto ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), ouviu 800 paulistanos, de ambos os gêneros e idades acima de 16 anos. O estudo revela que 55% dos entrevistados admitem a possibilidade de morarem em um imóvel pequeno, mas com áreas de convivência no condomínio, com espaços de convívio confortáveis e planejados. 33% das pessoas já aceitam a ideia de uma casa compartilhada.

A aceitação de residir em um espaço coliving, onde existe uma cozinha ou lavanderia à disposição de todos e sem preocupações como equipar a casa nova com eletrodomésticos, por exemplo, mostra que o sentimento de “usar” já se sobrepõe ao “ter”. Ainda de acordo com o levantamento, para quem admite o compartilhamento da moradia, as principais vantagens são a redução de gastos e a possibilidade de conhecer novas pessoas e não se sentir só. Já o primeiro ponto negativo apontado é a perda de privacidade.

Em passagem pelo Brasil, o francês Guillaume Perdrix, considerado a principal voz a respeito do coliving no mundo, destacou que cidades como São Paulo podem se beneficiar do movimento de duas maneiras. De um lado, a oferta de compartilhamento permite a seus moradores uma casa como um serviço facilitado e a possibilidade de resgatar o sentido de pertencimento.

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De outro, pode tornar o mercado imobiliário mais atraente, prometendo mais rendimentos e atraindo tanto investidores eventuais quanto institucionais. “O coliving é uma experiência humana, que oferece coisas diferentes para necessidades diferentes, e é a qualidade das interações humanas que definirá seu sucesso em longo prazo. É o começo de uma grande década, uma disrupção no modo de morar”, afirmou Perdrix durante o evento “Movimento Coliving, uma nova tendência da habitação chega ao Brasil”, realizado este mês pela Vitacon, em São Paulo.

Novo estilo de vida

O educador físico Felipe Okamoto, de 30 anos, mora há um ano e meio no apartamento de 29 metros quadrados que comprou no bairro do Brooklin, na Zona Sul de São Paulo. A escolha do imóvel pequeno se deu pelas áreas compartilhadas oferecidas pelo condomínio, como academia, lavanderia, sala de reunião e coworking, além de uma pequena copa.

Para ele, a principal vantagem de morar em um espaço como esse é a possibilidade de expandir a rede de relacionamentos sem precisar sair de casa. “Acabo conhecendo gente do prédio e trabalhando por aqui mesmo. Isso pra mim é uma boa vantagem. Tenho vizinhos que se tornaram meus alunos, então uso a academia como morador e também como personal trainer”, explica Okamoto.

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O convívio nos espaços compartilhados não trouxe serventia apenas para a vida profissional. Felipe conta que acabou fazendo novos amigos no prédio e até encontrou um novo amor. “Tem muitas pessoas aqui que são de outros Estados e a gente acaba fazendo amizade. Conheci minha namorada aqui, que veio em uma das confraternizações que fizemos entre os vizinhos”, revelou.

Para ele, uma sala de televisão compartilhada é o que falta para o condomínio se tornar o lugar ideal. “Por mais que os apartamentos sejam pequenos, a gente consegue se adaptar. Toda semana tem dois ou três vizinhos sempre um na casa do outro, assistimos aos jogos juntos e até Big Brother”, conta. No entanto, ele afirma que não toparia ter o banheiro como área compartilhada, por exemplo.

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