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Para Alvarez & Marsal, incorporadoras do Casa Verde e Amarela são candidatas à recuperação

A consultoria financeira tem recebido várias consultas de empresas do setor atrás de reestruturação.

Por: Circe Bonatelli, O Estado de S. Paulo 23/09/2022 2 minutos de leitura
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Os custos de construção dispararam, mas os preços de vendas das casas e apartamentos não andaram no mesmo ritmo/ Crédito: Getty Images

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A crise econômica detonada pela pandemia, marcada por inflação e juros altos, pode fazer com que algumas incorporadoras de pequeno e médio porte entrem em recuperação judicial, segundo o sócio da Alvarez & Marsal (A&M), Rafael Carlos, em entrevista à Coluna. A consultoria financeira tem recebido várias consultas de empresas do setor atrás de reestruturação.

As empresas mais fragilizadas, diz ele, são aquelas que atuam no Casa Verde e Amarela (CVA). O problema aí é que os custos de construção dispararam, mas os preços de vendas das casas e apartamentos não andaram no mesmo ritmo. Houve, portanto, uma compressão brusca das margens nos últimos dois anos.

No CVA, consumidor não paga à incorporadora mensalidades com correção

Outro ponto importante: nesse segmento, o consumidor é repassado para o financiamento bancário logo após fechar a compra e não na entrega da chave, como acontece fora do programa habitacional. A consequência é que esse consumidor não paga à incorporadora mensalidades corrigidas pela inflação, e a empresa tem de absorver esse impacto sozinha.

Rafael Carlos, da Alvarez & Marsal, afirma que o governo federal agiu rapidamente ao longo deste ano para ajustar o Casa Verde e Amarela, com ampliação de subsídios, corte de juros e aumento de prazos – o que ajudou a fomentar vendas mais saudáveis. Mas não resolveu a situação de quem havia comprado terrenos, lançado e vendidos projetos no anos anteriores.

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Analistas veem melhora nos resultados da Tenda

O caso público mais conhecido é o da Tenda, que reportou meio bilhão de reais em estouros de custos em 2021 por conta da elevação generalizada dos custos de construção. Com dívida mais alta, a companhia concluiu recentemente uma renegociação de condições com seus debenturistas. A Tenda, porém, não é candidata a entrar em recuperação judicial, segundo analistas de mercado, que veem melhora nos resultados da companhia.

Rossi pediu recuperação com dívidas de R$ 1,2 bilhão

Nesta semana, a Rossi Residencial pediu recuperação judicial após acumular R$ 1,2 bilhão em dívida. Especializada nos setores de médio e alto padrão, seu maior problema foi a onda de distratos detonados no âmbito da recessão de 2014-2016 – mesmo caso de PDG, Viver, QGDI, Esser, entre outras.

Essa matéria foi publicada antes em:
https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/para-incorporadoras-do-casa-verde-e-amarela-sao-candidatas-a-recuperacao/

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