Engenheiros,
arquitetos e fiscais podem dar diretrizes à distância e frequentam os canteiros
esporadicamente, quando necessário. O problema mais sério estaria ocorrendo,
portanto, entre os executores de projetos de pequeno porte, como casas
residenciais ou imóveis menores. “Na obra horizontal é diferente. O trabalhador
desse perfil não é tão informado e esse cara continua indo trabalhar, já que o
material não faltou na obra ainda.”
A
Prospecta não identificou nenhum movimento de redução da produção ou suspensão
de projetos, embora os principais eventos do setor já tenham sido cancelados ou
adiados. É o caso da Feicon Batimat que, inicialmente prevista para final de
março, teve a data alterada para setembro. Negociações comerciais e lançamentos
de produtos que seriam anunciados no evento também foram suspensos. “Acredito
que esse cenário ainda vai mudar um pouco, as indústrias vão começar a se
preocupar mais com seus funcionários e o mercado vai ser atingido diretamente.
As negociações estão pausadas e estamos nos organizando. Precisamos reaprender
a nos comunicar à distância.”
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O
que pode faltar?
Produzidos
com PVC, os revestimentos vinílicos se tornaram populares no mercado brasileiro
por sua resistência, praticidade, conforto e beleza. Fabricados principalmente
na China, a previsão é que o produto entre em falta num prazo de até 60 dias,
caso a situação não volte à normalidade rapidamente. Segundo o diretor da
ePiso, Ilan Tiktin, o aquecimento do mercado da construção e a retomada do
setor e venda de imóveis já aumentou o volume de vendas dos pisos vinílicos em
30%. “Se mantiver este ritmo, a previsão é de que a partir de abril comece a
faltar o produto no mercado brasileiro.” A marca já aconselha que consumidores
antecipem suas compras.
“A
gente importa quase tudo da China: ferramentas, pedras, pisos, aço, laminados,
uma infinidade de produtos. A matéria prima que também vem da China, como
polímeros, sólidos ou corantes que usamos na tinta, fica muito mais barato
importar”, conta Geraldo Defalco, presidente da Associação Nacional dos
Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Ele afirma que o varejo de
materiais para construção ainda não sente os efeitos da retração da atividade
industrial chinesa e italiana, mas salienta que os estoques não devem durar
mais do que dois meses. “Se em 30 dias a indústria voltar a aquecer, os
estoques cobrem esse período de retração. Mas é uma variável incontrolável
neste momento.”
Durante
o pico do coronavírus no país de origem, no mês passado, a imprensa divulgou o
duro golpe no mercado imobiliário chinês. O impacto calculado é de US$ 43
trilhões, o que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país, com
as incorporadoras fechando estandes de venda e consumidores adiando negociações
de imóveis. As buscas por moradias já começaram a ser retardadas desde 26 de
janeiro, assim que os isolamentos tiveram início. Sem poder circular pela
cidade, como conhecer novos imóveis? “Ninguém está indo trabalhar. Os
empreendimentos imobiliários estão todos paralisados… O impacto certamente
será grande”, afirmou a corretora de Pequim, Tina Yu, em entrevista para o Financial
Times.