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Do BBB a jogos de tênis: o plano da Ademicon para se destacar no mercado de consórcios

Companhia aposta em capilarização e fortalecimento de marca para alcançar IPO até 2026

Por:Breno Damascena 10/07/2023 3 minutos de leitura
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Guilherme Carrasco, vice-presidente executivo da Ademicon, acredita que pouco acesso ao crédito no País impulsiona modelo de negócio/ Crédito: Divulgação

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Na noite de 16 de março deste ano, a tradicional prova do líder do Big Brother Brasil, um dos programas de maior audiência do País, foi vencida pela atriz Bruna Griphao. Além do prêmio de R$ 100 mil, a sister ganhou uma consultoria para organizar as finanças pessoais. O investimento milionário naquela noite foi feito pela administradora de consórcios Ademicon, como parte de um plano estratégico da empresa para alcançar o IPO até 2026.

A companhia fundada em 1991, em Curitiba, tem esse objetivo desde 2020, quando a então Ademilar, administradora de consórcio de imóveis, se uniu à Conseg, administradora especializada no consórcio de veículos leves e pesados. A partir dali, o foco da empresa passou a ser prioritariamente o de popularizar o modelo de consórcios em um Brasil tão acostumado ao financiamento.

Para isso, a Ademicon tem salientado para o público brasileiro os pontos positivos dos consórcios, ao mesmo tempo que aproveita para tentar fortalecer a própria marca. “De cada 10 sonhos, 9 podem ser comprados via consórcio. Temos clientes que buscam consórcio para cirurgias plásticas, reformas de casa e até fertilização in virto”, afirma o  vice-presidente executivo da Ademicon, Guilherme Carrasco, 

Além do BBB, entre as estratégias já adotadas pela companhia para expansão da marca estão o patrocínio de transmissões de campeonatos de tênis na ESPN, inserções nos programas Encontro e Ana Maria Braga, parcerias com times de futebol e a contratação do apresentador Tadeu Schmidt como garoto-propaganda. A intenção da empresa é se consolidar como a maior administradora independente do País. 

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Planos de expansão

Para Carrasco, o IPO da companhia significaria oferecer liquidez aos investidores acionários da companhia, além de ajudar a popularizar o modelo de negócios. “Vai depender da viabilidade e do comportamento do mercado.”

Até lá, a empresa já antecipa uma potencial perda de competitividade no setor. “O mercado de consórcios está crescendo, mas o número de empresas tende a diminuir. As administradoras de consórcios grandes estão cada vez maiores e as pequenas, cada vez menores. Estamos acompanhando esse fluxo. Não necessariamente para fusões e aquisições, mas de olho em parcerias também”, antecipa. 

Mercado de consórcios

O consórcio é um modelo de financiamento em que uma instituição financeira ou administradora reúne um grupo de pessoas que têm em comum o sonho de adquirir um produto – na maioria das vezes uma casa ou um veículo. Mensalmente essas pessoas pagam um valor fixo de parcela e mês a mês o dinheiro de todos é utilizado para que pelo menos uma delas consiga realizar seu objetivo.

A contemplação é feita via sorteio intermediado pela Caixa Econômica Federal e, no caso de um imóvel, o sorteado recebe uma carta de crédito para comprar o seu próprio imóvel. De acordo com dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac), o sistema de consórcios administrou R$ 459 bilhões em ativos no ano de 2022. 

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Atualmente, a Ademicon tem R$ 35,5 bilhões em cartas de créditos ativos e só em maio deste ano comercializou mais de R$ 1,5 bilhão, o que representa um crescimento de 44% em relação ao mesmo período do ano passado. Para alcançar números tão expressivos, a empresa aposta na capilarização. Atualmente são mais de 172 lojas físicas e 2.800 consultores com atuação em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal. 

Ainda que o plano de crescimento da Ademicon passe pela ramificação de produtos, o segmento de imóveis continua sendo o mais representativo com folga. Mais de 70% dos valores gerenciados vêm de clientes interessados em comprar uma casa. E o cenário econômico nacional tem contribuído. Com a Selic, taxa básica de juros,  nos atuais 13,75%, o impacto é evidenciado no custo dos financiamentos e assusta potenciais compradores de imóveis. 

Além disso, para Carrasco, a dificuldade de acesso ao crédito no Brasil é o principal estimulante do mercado de consórcios. “Quando o banco tradicional recusa alguém, a pessoa recorre a outros métodos para conseguir aquilo que está buscando”, diz, ao observar o comportamento de consumo local. “O brasileiro não tem a cultura de guardar dinheiro, mas adora pagar um boleto.”

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