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Com imóveis “subvalorizados” em Miami, imobiliárias tentam atrair brasileiros

Iniciativas busca alcançar investidores interessados no mercado norte-americano

Por:Breno Damascena 27/03/2025 3 minutos de leitura
Miami é foco de brasileiros e atrai públicos com interesses distintos/ Crédito: Anthony Giarrusso/AdobeStock

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Para os brasileiros que sonham em morar nos Estados Unidos, mas não fazem questão de viver nas mansões de Beverly Hills ou arranha-céus de Nova York, esta imobiliária tem uma solução. A Elite International Realty se propõe a fazer uma curadoria de imóveis subvalorizados na Flórida e disponibilizar para compradores brasileiros. O público, porém, continua limitado aos muito ricos.

A iniciativa nasceu com a proposta de apresentar oportunidades de investimento e negócios fora do mercado habitual. “São propriedades que custam a partir de 250 mil dólares (cerca de R$ 1,5 milhão), geralmente de 1 ou 2 quartos, com varanda e uma média de 92 metros quadrados de área útil”, detalha Mauricio Pimenta, broker da imobiliária.

“Os imóveis ficam em edifícios com até 30 anos de construção, em prédios que não são à beira-mar, porém em regiões bem localizadas, como Aventura e Hollywood, cidades da Flórida”, ilustra Pimenta. “Temos uma equipe para identificar imóveis com preços que estejam abaixo da média de mercado, seja 10% ou 20% mais baratos do que unidades semelhantes”.

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Para mapear essas oportunidades, a Elite garimpa prédios em toda a Flórida para encontrar bens que estão desvalorizados. “É praticamente um trabalho de formiguinha, olhando prédio por prédio, região por região, para localizar as melhores oportunidades”, explica o executivo. 

Um dos destaques da imobiliária é um apartamento de três quartos e 115 metros quadrados em Miami Beach que está à venda por 898 mil dólares (cerca de R$ 5,2 milhões). Segundo a empresa, o preço está 15% abaixo do praticado no mercado para um imóvel semelhante

Perfil do comprador

Dados de 2024 da Miami Realtors Association indicam que os brasileiros representam 6% dos compradores internacionais na cidade.  

Estevam Hirschbruch, fundador do imobiliária especializada na Flórida The A&H Group, enquadra os compradores em três públicos distintos: aqueles que buscam imóveis para investimento via locação de temporada ou contratos anuais, os que compram uma casa de veraneio e os que se mudam para o país definitivamente. 

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Segundo o estudo da Realtors Association, 86% dos compradores brasileiros têm a intenção de utilizar a propriedade para aluguel, casa de veraneio ou a combinação das duas coisas. “Os EUA oferecem estabilidade econômica, moeda forte, segurança e ensino de qualidade, além de maior acesso ao crédito e menos burocracia”, defende Hirschbruch. 

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No entanto, se a classe média enfrenta desafios para comprar imóveis no Brasil, a percepção de preços é bem diferente para os brasileiros endinheirados que investem nos EUA. “O comprador brasileiro está navegando no mercado de luxo e ultra-luxo”, observa Hirschbruch. 

“Em Miami e Fort Lauderdale, os brasileiros gastam cerca de 400 mil dólares (R$ 2,2 milhões) em apartamentos pequenos ou estúdios. Nas áreas mais nobres, os valores ultrapassam 1 milhão de dólares (R$ 5,7 milhões)”, exemplifica.

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Para Carlos Corsini, Head da WIT Real Estate, os preços ajudam a personificar o perfil dos brasileiros que adquirem imóveis no País. “São brasileiros com capacidade financeira alta, mas ainda que não investem para fins de obtenção de renda, mas, sim, para uso e proteção de patrimônio”, afirma.

Por que os brasileiros se interessam tanto pelos Estados Unidos?

Não é de hoje que Miami se tornou a porta de entrada da América Latina nos Estados Unidos. Na visão de Corsini isso acontece porque a Flórida é um estado que sempre recebeu um fluxo significativo de imigração interna de moradores de outras regiões dos Estados Unidos, especialmente do Norte, em busca de um clima mais ameno.

“Todos estes fluxos de imigração aumentaram muito durante a pandemia e pressionaram bastante os preços dos imóveis da cidade”, analisa. “A Flórida também oferece facilidades de financiamento de imóveis e está a apenas oito horas do Brasil, o que muitas vezes é o tempo que se leva para viajar entre alguns estados brasileiros”, compara o executivo.

Hirschbruch atribui os preços estão em alta justamente a essa demanda maior de migração de americanos vindos de Nova York, Nova Jersey e do Texas, além de uma participação maior de compradores da América Latina, China e Índia. “É uma região com uma alta demanda e pouca disponibilidade de terrenos”, enumera.

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