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Conheça os 35 fundos imobiliários com rentabilidade acima da Selic

Levantamento realizado pela Monett mostra que os FIIs de papel entregam a maior rentabilidade ao investidor

Por: Daniel Rocha, O Estado de S.Paulo 28/07/2022 4 minutos de leitura
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Os fundos de CRI se beneficiam com o movimento de alta de juros e aumento da inflação/ Créditos: Getty Images

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Dos 106 fundos imobiliários (FII) que compõem o IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliário), 35 entregaram rentabilidade acima da taxa Selic nos últimos 12 meses, atualmente em 13,25% ao ano.

Levantamento realizado pela plataforma de investimentos Monett mostra que os fundos que mais pagaram dividend yield (rentabilidade paga aos investidores) durante o período foram os de crédito de recebíveis imobiliários (CRI) ou de papel, como também são conhecidos.

O motivo dos ganhos expressivos está na característica do fundo. “Por fazerem alocações em títulos normalmente atrelados à Selic (CDI) ou inflação (IPCA), os FIIs de papel tendem a se beneficiar da alta de juros e da inflação”, diz Michele Costa, chefe de relações com investidores da Brio Investimentos.

Os 35 fundos imobiliários com rentabilidade acima da Selic

O levantamento levou em consideração apenas os FIIs que compõem o IFIX:

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  • Urca Prime Renda (URPR11): 19.47%
  • Valora Hedge Fund (VGHF11): 17.29%
  • Kinea Índices de Preços (KNIP11): 17.28%
  • Valora CRI Índice de Preço (VGIP11): 16.98%
  • Riza Arctium Real Estate (ARCT11): 16.91%
  • Hectare CE (HCTR11): 16.70%
  • Habitat Recebíveis Pulverizados (HABT11): 16.63%
  • Kinea High Yield CRI (KNHY11): 16.60%
  • Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11): 16.53%
  • Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11): 16.48%
  • Vectis Juros Real (VCJR11): 16.35%
  • Átrio Reit Recebíveis Imobiliários (ARRI11): 16.35%
  • Kinea Securities (KNSC11): 15.78%
  • REC Recebíveis Imobiliários (RECR11): 15.55%
  • NCH EQI High Yield Recebíveis Imobiliários (NCHB11): 15.31%
  • Mérito Desenvolvimento Imobiliário I (MFII11): 15.21%
  • Riza Akin (RZAK11): 15.00%
  • AF Invest CRI (AFHI11): 14.97%
  • Fator Verità (VRTA11): 14.74%
  • Plural Recebíveis Imobiliários (PLCR11): 14.71%
  • Barigui Rendimentos (BARI11): 14.64%
  • VBI CRI (CVBI11): 14.55%
  • Polo Crédito Imobiliário (PORD11): 14.31%
  • Capitânia Securities II (CPTS11): 14.27%
  • Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11): 14.26%
  • Mauá Capital Hedge Fund (MCHF11): 14.15%
  • SP Downtown (SPTW11): 14.05%
  • Ourinvest JPP (OUJP11): 13.96%
  • Banestes Recebíveis Imobiliários (BCRI11): 13.82%
  • HSI Ativos Financeiros (HSAF11): 13.77%
  • BB Progressivo II (BBPO11): 13.70%
  • Riza Terrax (RZTR11): 13.61%
  • Tordesilhas EI (TORD11): 13.58%
  • BlueMacaw Logística (BLMG11): 13.51%
  • XP Crédito (XPCI11): 13.48%

Vale ressaltar, porém, que o percentual de remuneração desta classe de FII pode mudar a partir do próximo ano em função do ciclo de aperto monetário no país. Desde março do ano passado, quando a taxa Selic estava no seu menor patamar histórico (2% a.a), o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) tem elevado a taxa básica de juros para conter o aumento da inflação.

De lá para cá, a taxa já subiu mais de 11 pontos porcentuais e ainda há margem para novos aumentos. Na próxima quarta-feira (3), o Comitê se reúne novamente e o mercado projeta uma elevação de 0,5% da Selic.

Como os juros mais altos em fase avançada, Maria Fernanda, analista de fundos listados da XP, acredita que a inflação deve chegar a 7% até o fim deste ano. “Esse patamar de juros deve se manter até o segundo trimestre do ano que vem. A partir daí, podemos ver um movimento de queda”, afirma Fernanda.

Aliado ao instrumento do BC de combate à inflação, a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em cima do preço dos combustíveis, aprovada em junho pelo governo, trouxe um alívio pontual para a inflação.

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação oficial, divulgada nesta terça-feira (26), desacelerou para 0,13% em julho. O resultado é 0,56 ponto porcentual abaixo da taxa de junho (0,69%).

A tendência, portanto, é que os FIIs indexados à inflação entreguem rentabilidade menor para o investidor nos próximos meses. “Não será do dia para a noite que iremos ver esse impacto, mas espera-se que, com a inflação em queda, esses fundos apresentem dividendos menos expressivos”, diz Fernanda.

Onde investir

Diante do cenário macroeconômico, Rodrigo Possenti, gestor do Fator Verità, destaca que os FIIs de papel com mais exposição à taxa de juros, ou seja, atrelados ao CDI, devem seguir com bons rendimentos neste ano e ao longo de 2023 . “Os fundos com operações com taxa de juros em CDI têm uma relação direta com a taxa Selic. A rentabilidade acompanha a alta da taxa de juros”, ressalta Possenti.

No entanto, o investidor não deve ter o seu foco apenas voltado para os FIIs de papel. Segundo Felipe Paletta, sócio e analista da Monett, em épocas de juros altos, os fundos de tijolo, atrelados a imóveis físicos, apresentam preços bem mais atrativos e com potencial de ganho no médio e longo prazos. Nesta reportagem, você vê os FIIs com as melhores oportunidades de investimentos.

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“Eu entendo que os FIIs de recebíveis devem ter um percentual interessante na carteira do investidor, cerca de um terço. Mas são nesses momentos que encontramos boas oportunidades para comprar os fundos de tijolos. No longo prazo eles vão ter ganho de capital”, diz.

Nesta perspectiva, alguns segmentos devem entrar no radar, como os de shoppings e os de hotéis. De acordo com os especialistas, os setores sofreram bastante ao longo da pandemia, mas têm se recuperado e devem ter taxas de ocupação e receitas positivas em 2023.

Os FIIs de logística também devem entrar no radar, até porque o segmento já foi classificado como defensivo entre os fundos imobiliários. “No Brasil, vemos uma certa defasagem no setor. Há pouco investimento, enquanto o e-commerce ainda é sub- penetrado no país, mas segue em crescimento”, destaca Paletta.

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