Guia de Bairros

Parelheiros: patrimônio ambiental

Bairro da zona sul está situado em área de proteção a mananciais, abrange remanescentes da Mata Atlântica e comunidades de povos nativos

Por: Da Redação 21/07/2020 4 minutos de leitura
A área abriga uma aldeia indígena, a Tenondé Porã, dos Mbya, subgrupo guarani/ Foto: Getty Imagens

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O território de Parelheiros é estratégico para a vida da cidade de São Paulo por sua riqueza em recursos naturais. Situado no extremo sul da capital paulistana, sua divisa está há cerca de 10 quilômetros (km) do litoral. De um mirante situado no Parque Estadual da Serra do Mar é possível avistar Itanhaém.

A totalidade de sua região está situada em área de proteção aos mananciais e compreende remanescentes importantes de Mata Atlântica, mantendo grande parte de espécies nativas, biodiversidade preservada e grande produção agrícola, além de contemplar três bacias hidrográficas: Capivari, Guarapiranga e Billings – estas duas fornecem água para 25% da população da região metropolitana de São Paulo.

Parelheiros recebeu este nome devido às diversas corridas de cavalos (parelhas) entre germânicos e brasílicos. A área abriga uma aldeia indígena, a Tenondé Porã, dos Mbya, subgrupo guarani. Nela vivem atualmente cerca de 1.200 guaranis. São basicamente oito grandes famílias, com filhos, netos, bisnetos, genros e noras, que compartilham casas de tijolos construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU), seguindo as orientações dos próprios indígenas. Pratica-se ali a agricultura de subsistência, que fornece o alimento cotidiano: bananeiras, pés de goiaba, mexerica, laranja e manga, que as crianças colhem no pé. A renda vem basicamente do artesanato indígena, vendido para lojinhas da capital e turistas que visitam a aldeia.

Por volta de 1940, a região passou a receber também, além dos alemães, imigrantes japoneses, que vieram para explorar a agricultura, transformando o distrito de Parelheiros na maior área agrícola de São Paulo. Cortado por estradas sinuosas e estreitas, é pontilhado por sítios e fazendinhas que produzem lenha, hortaliças, flores e plantas ornamentais. Hoje, a Igreja Messiânica de origem nipônica tem seu maior templo fora do Japão: o Solo Sagrado de Guarapiranga, inaugurado do distrito em 1995.

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Um marco geológico importante é a notória Cratera da Colônia, uma depressão de formato circular medindo 3,6 km de diâmetro, resultado da queda de um corpo celeste no local, há 36 milhões de anos. Em parte já ocupada por loteamento irregular, a área conta com 40.000 habitantes e passa atualmente por processo de urbanização, por meio do programa Mananciais, da Secretaria Municipal de Habitação, e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

Preço

De acordo com a Pesquisa de Mercado da Capital do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP), o preço médio por metro quadrado (m²) no bairro de Parelheiros é de R$ 5.042,93 na compra. Já o valor médio do aluguel de casas com um dormitório é de R$ 1.176,67 e de apartamentos é de R$ 1.019,23.

Mobilidade

A principal via é a Estrada da Barragem. A área conta também com linhas de ônibus que levam ao Metrô Vila Mariana e ao Terminal Santo Amaro. Porém, de acordo com a prefeitura de Parelheiros, não há autorização para pavimentar ruas de grande parte da região, por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APA), o que impossibilita a expansão das linhas de ônibus para todos os bairros.

Educação

O bairro acomoda diversas opções de ensino, como a Escola Vida Nova Parelheiros, a Drica Roschel Colégio, a Escola Municipal Luiz Gonzaga do Nascimento – Gonzagão, Centro de Educação Infantil (CEU) Professora Eneida Palma Leite e a Escola Estadual senador Alexandre Marcondes Filho.

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Saúde

A área abriga o Hospital Municipal de Parelheiros, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Parelheiros e a Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim São Norberto.

Lazer

O território abriga locais para desfrutar do ecoturismo, como o Sítio Paiquerê, uma área verde de 150 mil m² às margens da represa Billings, na Ilha do Bororé, voltado para o lazer e a sustentabilidade. Por lá é possível curtir a natureza, piscinas, fazer trilhas e ainda visitar o ninhal das garças, onde nascem os filhotes das aves, entre março e outubro.

A Casa Ecoativa, localizada dentro da APA, compõe um centro eco-cultural que, há 20 anos, promove atividades culturais e de agroecologia com o objetivo de promover a preservação da cultura e da biodiversidade locais. A iniciativa, idealizada pelos próprios moradores, fica sediada em uma casa construída em 1904 e tombada como patrimônio histórico da cidade de São Paulo. Saraus, exposições, vivências, palestras e oficinas acontecem também no espaço.

Já para quem ama trilhas e caminhadas, o Núcleo Curutu oferece três opções de trajetos no Parque Estadual da Serra do Mar. Eles têm de 600 m a 8,2 km e são feitas com agendamento e acompanhamento de guias, que podem levar os interessados para cachoeiras ou outras paisagens do parque.

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Gastronomia

A região tem uma variedade de opções, como as porções, petiscos e pratos de tempero brasileiro do Tôa Tôa (Estrada Ecoturística de Parelheiros), os lanches do Qui Mania Lanches (Rua Amaro de Pontes, 430) e o cardápio e rodízio de comida nipônica do Ville Japan (Rua Ana Amélia do Nascimento, 99).

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