Decoração afetiva transforma memórias em elementos estéticos do lar
Tendência sugere usar lembranças marcantes como motor para a criação de ambientes acolhedores
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Existe um universo de distância entre uma casa e um lar. Na visão de arquitetos e designers de interiores, a decoração do imóvel é um dos fatores que definem o alívio de voltar para a morada depois de um dia estressante ou a angústia de viver onde não existe acolhimento. É daí que vem a ideia de decoração afetiva.
Na prática, a expressão é percebida quando o morador utiliza a casa como um repositório de memórias, com lembranças vividas com amigos, familiares e de experiências significativas. “É uma forma de cultivar aquilo que traz afeto. São recordações de carinhos e aconchego. Uma casa só se transforma naquele lugar de conforto e bem-estar quando existem elementos que são capazes de nos trazer isso”, afirma a designer de interiores, Karla Amadori.
“Um lugar só com móveis que cumprem as funções práticas do dia a dia não é uma casa. Ela precisa ter objetos de identificação, que pode ser um quadro, um lenço emoldurado ou uma mesa que pertenceu aos seus avós e que te transportam para um momento feliz”, enumera Karla.
Memória familiar
Datas comemorativas têm potencial para a criação de memórias e a família Dal Fabbro sabe bem disso. O almoço do próximo domingo já tem local definido. O ponto de encontro do Dia das Mães é sempre na copa da escritora Maria Augusta Silva Dal Fabbro. O cômodo foi especialmente projetado para que ela se sentisse confortável cozinhando doces e salgados para receber os cinco filhos e os três netos. Um detalhe especial chama a atenção no ambiente: os pratos como parte da decoração.
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Numa das paredes, Maria Augusta exibe vários pratos coloridos que ela comprou em viagens ou recebeu de presente de sua prole. “Cada um conta uma história, o que torna o espaço ainda mais especial”, resume a escritora. “Esse conjunto de pratos dá o clima bucólico e cheio de memórias que a gente tanto buscava.”
O projeto de reforma do cômodo foi liderado pela filha de Maria, a arquiteta Carina Dal Fabbro. “Muito mais do que fazer exposição de pratos na sala de jantar, queríamos transformar o lugar em um espaço de acolhimento, com apelo sentimental”, resume Carina.
Decoração afetiva e paciente
O projeto da cozinha de Maria Augusta demandou tempo para ser desenvolvido. Não pelas reformas e a decoração em si, mas pela jornada de construção das memórias envolvidas nos elementos que iriam enfeitar o ambiente. “Quem quiser fazer algo assim pode começar com apenas uma peça. O conjunto vai ganhando forma com o passar do tempo”, aconselha a escritora.
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