Riviera de São Lourenço investe em escritórios para atrair moradores por mais tempo
Bairro quer ir além da moradia de final de semana, mas deve esbarrar em perfil dos moradores

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No litoral norte de São Paulo, a Riviera de São Lourenço se consagrou como um reduto de milionários. Conectado ao mar, o condomínio ostenta prédios e mansões de luxo, além da infraestrutura e urbanismo que atraem turistas e um público endinheirado. De ideia inovadora a um negócio lucrativo, o bairro agora quer alcançar o status de primeira moradia, mas precisa superar alguns desafios.
Criada em 1982 pela Sobloco Construtora, a Riviera é apontada como o maior projeto de desenvolvimento urbano do litoral brasileiro. São duas mil casas e 11 mil apartamentos distribuídos em 256 edifícios. O bairro também possui um shopping e é responsável pela geração de seis mil empregos de forma direta. Apesar disso, ainda é um projeto longe do fim.
A Sobloco afirma que apenas 75% do empreendimento está finalizado até o momento. “Ainda faltam os hotéis, o desenvolvimento de comércios na estrada e novos lotes para ocupação uni e plurifamiliar, além de duas ampliações do shopping previstas para 2026 e 2030”, detalha Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor e superintendente da construtora.

Entre as iniciativas previstas para o crescimento do condomínio também está a construção de salas de escritórios. O objetivo é atrair um público interessado em se mudar definitivamente para a região. A estratégia é impulsionada pela expansão observada durante a pandemia, quando cerca de 30 mil pessoas passaram a frequentar o bairro diariamente.
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“Foi um divisor de águas. Tínhamos uma população de 7 a 8 mil pessoas diariamente. No final de semana, subia para cerca de 10 mil. No ponto crítico da pandemia, durante a quarentena, o número triplicou”, relata Almeida. “Este movimento se refletiu nos serviços, restaurantes e supermercados, até que o público começou a se dissipar”, pontua.
Novos empreendimentos
Atualmente, a urbanizadora contabiliza que 15 mil pessoas frequentam o bairro diariamente e estima que 90% dos moradores enxergam a Riviera como uma segunda moradia. No entanto, com as novas dinâmicas de trabalho estimuladas pela pandemia, o condomínio começou a desenvolver estratégias para se tornar mais do que a casa de final do semana.
“A ideia é ser uma espécie de primeira moradia e meia”, comenta Almeida. “O público de Riviera é constituído majoritariamente de compradores de São Paulo e do interior, mas entendemos que existe potencial para quem deseja passar mais tempo aqui”, explica.
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E a principal medida para alcançar este público é o desenvolvimento de salas comerciais e escritórios. “Estamos em fase de projeto e estudos de viabilidade para a construção de um complexo de salas comerciais em um terreno de aproximadamente 4,5 mil metros quadrados”, explica Almeida.
Desenvolvido em duas fases, o lançamento será um conjunto com dois prédios de 40 salas interligados por uma praça. A previsão da companhia é aprovar o projeto até o final do ano.
Vocação para segunda moradia
Para José Augusto Viana, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP), a jornada de revolução da Riviera de São Lourenço não será tão simples. Ele afirma que, apesar de consolidada como um local que atrai investidores imobiliários, a região não deve atrair um público interessado em morar definitivamente no local.
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“Os proprietários de Riviera são empresários e executivos que têm uma vida cotidiana em São Paulo. Exceto aqueles que conseguem usar helicóptero para locomoção, dificilmente pessoas ativas vão realizar essa mudança”, acredita. “Diferente da Baixada Santista, onde vemos muitos aposentados, Riviera é composta de pessoas ativas. São moradores de final de semana”, alerta.
Ainda assim, o primeiro passo da Sobloco nessa direção foi dado no segundo semestre de 2021, quando um prédio de 12 salas de coworking foi inaugurado no bairro. “Todas foram alugadas em uma tacada só”, afirma Almeida. Já o novo empreendimento comercial da empresa prevê salas de 30 a 100 metros quadrados em um terreno alocado próximo a Rodovia Rio-Santos.
A construtora acredita que um fluxo maior de pessoas vai acelerar a evolução financeira e o desenvolvimento do bairro. Com mais pessoas consumindo, o comércio melhora. “A longo prazo, podem surgir escolas e unidades hospitalares, o que tornará a região mais agradável para idosos e aposentados”, acredita.
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