OPINIÃO: O êxodo das grandes empresas para os condomínios logísticos
Sergio Fischer é CEO da Log Commercial Properties
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O ano de 2024 marcou o aquecimento do mercado de condomínios logísticos no Brasil. Ao longo dos meses, observamos uma evolução nos indicadores operacionais e financeiros do setor, incluindo a diminuição da taxa de vacância média, que atingiu um patamar histórico, com cerca de 8% dos empreendimentos disponíveis para locação.
O movimento positivo do mercado argumenta a favor de uma tendência: a migração das empresas de galpões de rua para condomínios Triple A.
Um relatório de mercado produzido pela SiiLa, em 2023, mostrou que o setor de transporte e logística registrou crescimento de presença 10,8% em metros quadrados de em condomínios logísticos de Classe A+, A e B.
O indicador mostra que o movimento, chamado de Flight to Quality, se tornou uma espécie de êxodo para grandes varejistas, farmacêuticas, transportadoras e companhias do comércio eletrônico, que, com isso, puderam otimizar suas entregas, especialmente quando se pensa em estratégias last mile.
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Neste sentido, a expectativa é que para 2025 a busca por empreendimentos classe A siga em alta, levando em conta alguns aspectos de aprimoramento do ponto de vista econômico e de consumo no Brasil.
Grande demanda liderada pelo e-commerce
O aumento do comércio online na última década continua pressionando o mercado logístico a pensar e implementar soluções mais assertivas e adaptáveis. A necessidade em manter galpões com proximidade aos grandes centros de consumo deve se manter em alta, estimulando a adesão de estruturas logísticas modulares, que permitam realizar ajustes de acordo com a necessidade de cada operação.
Além disso, a estratégia omnichannel tende a seguir evoluindo, integrando lojas físicas, online e outros canais de distribuição em um único ecossistema. Com isso, os condomínios se tornam uma peça-chave para a boa execução desta estratégia, já que são capazes de oferecer galpões que são adaptáveis e que podem atender operações de todos os portes e segmentos.
Hubs logísticos perto do consumo
Em 2025, deve crescer a busca e o desenvolvimento de novos hubs logísticos em regiões metropolitanas que concentram número expressivo de consumidores.
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Cidades fora do eixo Rio-São Paulo, mas que são estratégicas como Fortaleza (CE), São José dos Pinhais (PR), Gravataí (RS), entre outras, serão vetores fundamentais dessa expansão.
E isso deve se acentuar ainda mais com a reforma tributária, que determina a tributação realizada no destino e não mais na origem. Assim, o componente fiscal deve deixar de fazer parte do planejamento logístico das empresas.
Adesão de novas tecnologias e automação
O crescente uso de inteligência artificial tem estimulado empresas do setor a pensarem em soluções tecnológicas e integradoras para o monitoramento de operações. Ao contar com soluções de tecnologia, as companhias podem otimizar o armazenamento e movimentação de mercadorias, se prevenindo de riscos que podem impactar e gerar prejuízos ao negócio, reduzindo custos imprevistos e aumentando a eficiência de suas equipes.
Apesar das grandes oportunidades, nosso país ainda enfrenta desafios significativos em sua infraestrutura logística. Mesmo que tenha um território extenso e uma localização estratégica que poderia favorecer o Brasil no comércio global, ainda lidamos com problemas estruturais relacionados ao armazenamento e manuseio de mercadorias que têm sido grandes entraves à eficiência das operações e à produtividade empresarial.
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Estes desafios se estendem desde a dependência de rodovias até a carência de investimentos em infraestrutura. Além disso, talvez tenhamos uma grande volatilidade econômica que atinge todos os mercados.
Ainda assim, tenho uma boa perspectiva para o próximo ano, com a expectativa de que tenhamos avanços significativos, capazes de elevar o grau de qualidade na entrega dos empreendimentos.
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