Startup flexibiliza aluguel e propõe nova forma de aquisição imobiliária
aMORA disponibiliza parte do valor pago mensalmente como cashback para entrada de financiamento
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Trabalhar muito, encontrar a casa dos sonhos, acumular bastante dinheiro para dar uma entrada e buscar um financiamento em uma instituição tradicional. O caminho natural para que uma pessoa comum compre um imóvel no Brasil pode ser longo e complexo. Fundada em 2021, a aMORA é uma startup que se propõe a diminuir as etapas e tornar o processo mais amigável para os compradores.
“As casas estão ficando mais caras e idealmente o indivíduo precisa ter entre 30% e 40% do valor do imóvel para dar esse passo. É um objetivo cada vez mais difícil de atingir e as pessoas se sentem desamparadas durante essa jornada”, argumenta Aram Apovian, cofundador e CEO da proptech. Para resolver essa demanda, a empresa transforma parte do valor pago de aluguel em uma entrada para o imóvel.
Funciona assim: o cliente pode escolher qualquer imóvel que tenha interesse em comprar, desde que seja na região metropolitana de São Paulo. A aMORA realiza uma análise para entender o estado do bem e aprovar ou não aquela escolha. “A maioria das pessoas está comprando uma casa pela primeira vez ou já faz tanto tempo que ela nem se lembra. Por isso, nossa investigação é tão importante”, afirma Apovian.
Ele alega que o mercado imobiliário é carente de informações. “Não existe uma tabela FIP. Qualquer coisa que encontrarmos de errado pode significar uma desvalorização de 10%”, entende. Assim, caso o imóvel seja aprovado nessa análise, a aMORA efetua a compra do bem e o disponibiliza para o cliente em formato de aluguel com contrato de três anos. Parte desse valor pago como aluguel se transforma na entrada do imóvel.
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Em contrapartida, a startup pede que o comprador pague 5% do valor do imóvel como entrada para o negócio. Após este período, o cliente decide se deseja comprar o imóvel ou não. “Ele vai ter dinheiro para dar a entrada e já fez um ‘test-drive’ na casa para entender se ela tem ou não algum problema. Além disso, ajudamos a conseguir um financiamento, por conta do histórico positivo de crédito”, adiciona o CEO.
Divisão de riscos
“Durante essa jornada, o cliente é incentivado a morar na casa como se fosse dele, reformá-la e decorá-la de acordo com o que desejar”, explica. Ao fim, a aMORA garante que mesmo se o imóvel registrar valorização durante os três anos em que o potencial comprador morou lá, o cliente não precisará pagar mais do que o que foi acordado no início do contrato.
Caso ele opte por não dar seguimento ao processo ao fim do período, a aMORA coloca o imóvel para venda no mercado tradicional. Se a venda for realizada pelo valor cheio, o cliente recebe o dinheiro da entrada de 5% de volta. Se não, o cliente pode perder uma porcentagem na desvalorização. “A gente divide os riscos porque queremos criar uma conexão de longo prazo”, pontua Rafael Tellechea, cofundador da companhia.
Investimento em tecnologia
Do outro lado desta ponta que atende potenciais compradores de imóveis, a aMORA criou um fundo de investimento para que investidores possam participar dos processos. É com os valores aportados por meio desse canal que a empresa consegue adquirir à vista os imóveis escolhidos pelos clientes. Os investidores, enquanto isso, se beneficiam pelos aluguéis e valorização do bem.
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Recentemente, a proptech anunciou a captação de R$ 40 milhões na modalidade de dívida via Certificados de Recebíveis Imobiliários – que teve a Cy Capital, do Grupo Cyrela, como principal investidor. “Ano passado, durante nossa validação, crescemos quase seis vezes”, situa Apovian. “Mas não queremos substituir os financiamentos ou as imobiliárias. Nós somos parceiros. O que queremos é atender pessoas que, por falta do dinheiro da entrada ou por medo de investir tanto em um imóvel que podem não gostar depois de um tempo, ficaram de fora desse jogo”, finaliza.
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