O que é uma fazenda vertical e como criar uma em casa?
Cultivo hi-tech pode ser uma opção interessante para a produção agrícola em centros urbanos
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Conceito criado em 1999 por Dickson Despommier, da Universidade de Columbia, em Nova York, a fazenda vertical nada mais é que um espaço destinado ao cultivo de vegetais, seja para fins alimentícios ou fitoterápicos, a partir da hidrocultura em espaços verticais.
Além disso, os painéis de plantação surgem como uma solução sustentável para aumentar a produção agrícola e suprir as necessidades da população mundial que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), deve aumentar em três bilhões de pessoas até 2050, chegando a dez bilhões de habitantes.
Atualmente, o modelo de cultivo hi-tech movimenta US$ 781 milhões ao ano e deve chegar a US$ 1,5 bilhão em todo o mundo em 2020. Esta é a previsão do relatório de inteligência de mercado IDTechEx “Vertical Farming: 2020-2030“, que prevê crescimento anual de 6,85% no segmento.
Sistema
A parte estrutural desse tipo de cultivo consiste em utilizar instalações automatizadas, em uma versão que pode chegar a até 30 andares e gerar o menor impacto ambiental possível, criando uma alternativa no processo de abastecimento alimentar às populações do meio urbano.
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Aliás, o modelo tem sido amplamente adotado nas grandes cidades, pois facilita uma série de questões relacionadas ao espaço reduzido, falta de solo adequado, controle mais simples de pragas, manuseio e manutenção mais limpa, dentre outras vantagens.
Entre as ferramentas modernas utilizadas como aliadas para o aumento da produtividade estão a eliminação do uso de agrotóxico, o monitoramento por parte dos produtores de todas as safras por meio de sistemas de Inteligência Artificial, as luzes de LED, azul e rosa, que simulam a luz do sol e aceleram a fotossíntese, a Internet das Coisas (IoT) e o Big Data.
No entanto, é possível miniaturizar o projeto grandioso de alimentar uma cidade inteira para pequenos locais, transformando a agricultura vertical em uma horta, que serve muito bem a uma família ou um grupo de vizinhos.
São muitos os alimentos hidropônicos (cultivados somente na água), como agrião, alface, batata, brócolis, cenoura, melancia, pimentão, rúcula e tomate. Ainda assim, os hidropônicos não são a única solução. Também é possível cultivar vegetais em porções mínimas de terra. Existem até mesmo cursos que ensinam a cultivar alimentos e montar esse tipo de horta utilizando garrafas pet como matéria-prima, como o da Universidade Federal de Minas Gerais.
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A outra maneira é apostar no cultivo em paredes. Os vegetais que conseguem viver em espaço reduzido e sobrevivem a diferentes climas e estações do ano são alternativas para começar com o pé direito e colher bons frutos.
Entre os temperos, os mais indicados são: cebolinha, funcho, orégano, manjericão, hortelã, salsa e alho-poró. Já folhas, alface, couve e rúcula não precisam de muito sol para serem cultivadas e, por isso, costumam se adaptar bem às áreas em ambientes internos. Entre as hortaliças, a dica é investir em cebola e alho, que costumam se adaptar a vasos pequenos e espaços com pouco sol.
Cultivo no mundo
Em algumas regiões do mundo, grandes fazendas nesses moldes vêm sendo testadas. Em 2018, os japoneses do SoftBank investiram uma quantia de US$ 200 milhões na startup americana Plenty. A empresa foi fundada em 2014 na cidade de São Francisco, onde, até hoje, cultiva hortaliças e frutas em torres de 6 metros de altura.
Os EUA também são donos da maior agricultura sustentável do mundo: a AeroFarms. As plantações são localizadas na cidade de Newark, em Nova Jersey, onde ocupam uma área de 6.410 metros quadrados (m²) e é capaz de usar 95% menos de água e elevar a produção tradicional em 75 vezes.
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No Brasil, a cidade de São Paulo serviu como sede para a primeira fazenda vertical na América Latina. Nascida em 2016, a Pink Farms tem um galpão de 750 m² dividido em várias salas hermeticamente fechadas para o cultivo de diferentes hortaliças. Todo o processo de cultivo é feito com o auxílio de luzes de LED, que simulam a iluminação solar. Por meio dessa prática e também de técnicas hidropônicas, a startup reduz o consumo de água em 95% em comparação com as plantações a céu aberto.
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