Minha Casa Minha Vida salva venda de imóveis durante a pandemia
Segmento responde por 71% das vendas no País; empresas com empreendimentos de médio e alto padrão tiveram queda de 65% nas transações
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As construtoras que atuam no Minha Casa Minha Vida estão sentindo impacto menor nas vendas durante a crise provocada pela pandemia de covid-19 em comparação com as empresas que atuam com empreendimentos de médio e alto padrão, nos quais as transações despencaram cerca de 65%. Assim como na crise econômica iniciada em 2014, o programa habitacional tem segurado os negócios agora, evidenciando ainda mais a sua importância, enquanto passa por uma reformulação no governo federal.
A construtora Tenda informou que, a despeito de muitos estandes de venda fechados, registrou em abril o melhor mês de vendas do ano. Focada no Minha Casa Minha Vida, a companhia tem encontrado demanda apesar da crise. “Nosso cliente é resiliente”, afirmou o diretor de relações com investidores, Renan Sanches. A companhia tem conseguido dar vazão aos negócios essencialmente pelos canais digitais.
A Direcional, que também atua no programa, antecipou que suas vendas em abril e maio estão em um nível semelhante ao registrado no primeiro trimestre. “As vendas estão saudáveis dentro do contexto em que estamos vivendo”, avaliou o presidente da companhia, Ricardo Ribeiro, em conferência com investidores.
A principal explicação para a blindagem do mercado de imóveis populares é que os consumidores desse segmento desejam sair da moradia atual – seja porque é compartilhada com outras famílias, ou porque o imóvel está em más condições.
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Há também o interesse em trocar o aluguel pela prestação da casa própria, uma vez que os valores são semelhantes. Outro ponto é que o ritmo de formação de novas famílias nesse estrato social ainda é maior do que a quantidade de imóveis novos produzidos a cada ano. “Ou seja, tem demanda suficiente para absorver a oferta”, disse Ribeiro.
Com isso, a tendência é que o Minha Casa Minha Vida ganhe ainda mais representatividade no total de negócios nos próximos meses. Atualmente, o programa responde por 79% dos lançamentos e 71% das vendas no País, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Mas esse peso tende a crescer ao longo dos próximos meses, assim como ocorreu na crise de 2014, quando o programa respondeu por mais de 80% dos negócios.
Enquanto isso, o Ministério do Desenvolvimento Regional prepara ajustes no programa, que devem ser anunciados assim que a pandemia der uma trégua. O novo Minha Casa terá uma nova modalidade, dedicada à regularização fundiária, substituindo a faixa 1, que foi paralisada por falta de recursos da União. O objetivo é fazer um mapeamento de casas que já existem em áreas que sejam regularizáveis e conceder o título da propriedade e do terreno.
O governo federal também estuda reduzir as taxas de juros do programa. Empresários do setor propuseram crédito com taxas entre 4% e 6% ao ano, ante a regra vigente, com juros de 5,5% a 8,16% ao ano. Mas a governo deve adotar um corte mais enxuto, que fique em torno de 0,5 ponto porcentual a 0,75 ponto porcentual, segundo fontes.
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