Mudanças climáticas estão transformando seguro residencial, diz diretor da Porto Seguro
Cobertura contra alagamentos, inundações e vendavais estão sendo mais buscadas este ano
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Em abril deste ano, o Rio Grande do Sul viveu o maior desastre ambiental de sua história. Sob chuvas incansáveis, mais de 500 mil moradores ficaram sem casa. A tragédia alertou o País para o risco das mudanças climáticas e impulsionou a criação de novos produtos para o mercado de seguros residenciais.
À medida que a população brasileira experencia uma mudança cultural, a Porto Seguro enxerga uma oportunidade de se expandir e capilarizar.
“De um lado, a pandemia fez as pessoas ficarem mais tempo em casa e darem mais atenção ao seu lar. Afinal, quanto mais você usa, mais problema dá. Do outro, com mais eventos climáticos acontecendo no Brasil e no mundo, a população vem aumentando a percepção sobre o risco”, observa Jarbas Medeiros, Diretor de Ramos Elementares e Vida da Porto Seguro.
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Essa mudança de perspectiva e de comportamentos estão fazendo a companhia se adaptar. Um dos sintomas é o crescimento no número de clientes solicitando cobertura para alagamentos e inundações. “Principalmente na região Sul, mas todo o País contrata”, declara Medeiros. Além disso, aumentou a procura pela cobertura contra vendaval, danos elétricos e casas de veraneio.
Produtos personalizáveis
No terceiro trimestre deste ano, a Porto registrou receita líquida de $ 9,5 bilhões, um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2023. Responsável por cerca de 60% do resultado, a vertical Porto Seguro registrou um crescimento de 8,1% em seguro patrimonial – relativo à cobertura de bens como imóveis, móveis, estoques e obras de arte.
A justificativa para o bom desempenho da companhia até agora, reflete Medeiros, é a atenção às necessidades dos seus clientes.
“Temos produtos com preços regionalizados e personalizáveis. Também investimos muito na assistência residencial, pois sabemos que os moradores têm cada vez menos tempo para consertar as coisas que quebram. Lá em casa, nem a lâmpada eu troco”, brinca o diretor. Dentre os serviços de assistência, o mais buscado é o de encanador.
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Apesar disso, as coberturas mais contratadas permanecem as mesmas: proteção contra danos elétricos, contra a quebra de vidros e de responsabilidade civil familiar, que protege contra danos causados a terceiros, como um vazamento no apartamento que atinge o imóvel vizinho.
Expansão nacional
Dados de 2021 da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) mostram que apenas 17% das residências ocupadas no Brasil possuem seguro residencial. O resultado, porém, é contrastante entre as regiões. Enquanto no Sudeste (22,3%) e no Sul (29,7%), mais de 20% dos imóveis possuem seguro, Norte (4,6%) e Nordeste (7%) aparecem no fim da fila.
Na Porto Seguro, o retrato não é diferente. Do total de market share do ramo residencial, a companhia desponta no Sudeste (28,1%), Centro-Oeste (12,3%) e Sul (12,2%). No entanto, a companhia possui menos de 10% da distribuição de mercado no Norte (8,4%) e Nordeste (9,1%).
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De olho neste quadro, a estratégia de crescimento da Porto Seguro agora passa por conquistar clientes nas regiões com menor assistência. “Estamos atuando para entender as necessidades regionais e adequar nossas soluções ao que o cliente precisa. Também estamos fazendo investimentos em divulgação, marketing e ações com corretoras para penetrar o mercado local”, enumera Medeiros.
“O seguro ainda é emergente no Brasil. Tem gente que não entende como funciona, porque é necessário. Temos que levar para a população a importância do serviço e desmistificá-lo”, orienta.
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