Quando saiu na hora do almoço para visitar um imóvel, a publicitária Rose Sousa, de 39 anos, não esperava encontrar um lugar sossegado no meio do Itaim Bibi – movimentado pólo econômico de São Paulo. Selada por um portão, a Rua Oscar Pereira da Silva é uma das 412 vilas fechadas da capital paulista, conforme levantamento da Secretaria Municipal das Subprefeituras.
“Achei o apartamento e disse: ‘Eu quero morar nessa rua’. Pela tranquilidade e por me dar sensação de mais segurança. Tem a portaria na entrada da rua, fora a do prédio. Para mim, vila já é sinônimo de coisa familiar, mais tranquila”, avalia Rose, que vive no lugar há mais de dois anos.
A vila em questão é formada por quatro prédios e três casas. Zelador e porteiro em um dos edifícios, o piauiense João de Deus Visgueira, de 63 anos, trabalha e mora no mesmo lugar há mais de 25 anos. Além da tranquilidade, ele também aponta que não há muitos conflitos e que boa parte dos moradores se conhecem.
Fim de tarde, por exemplo, é o horário de pico de passeio de crianças e pets. Foi lá, inclusive, que João criou os dois filhos, hoje adultos. Se precisar deixar do lugar, o zelador já se ressente de saudades. “No dia em que eu sair do prédio, eu vou sentir falta. Eu gosto muito de morar aqui”, diz.