“Não conhecia o serviço. O corretor que me assessorou mostrou todas as vantagens do lote e, inclusive, a vantagem extra de receber o projeto arquitetônico e da prefeitura incluso na compra. Ver um imóvel projetado no terreno facilitou muito minha tomada de decisão”, afirma Fernando. Oferecendo o decorado do lote, a InstaCasa fecha 2019 presente em mais de 35 empreendimentos espalhados por cinco estados do País e espera dobrar este número até o final de 2020. “Queremos levar mais tecnologia e dinamizar os processos de venda e ocupação dos empreendimentos”, ressalta Maurício.
Expansão high tech
De acordo com a pesquisa realizada pelo Secovi, a Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo) e a empresa de consultoria Brain Inteligência Corporativa, no primeiro trimestre de 2019 foram lançados 6,5 mil lotes residenciais, divididos em 17 loteamentos – média de 381 lotes por empreendimento. Esse resultado representa crescimento de 32% em relação aos 4,9 mil lotes lançados no mesmo período de 2018. De olho nisso, as construtechs – startups que operam no setor da construção civil – se estabelecem atendendo às diversas demandas de quem opta pela compra de um terreno para construir.
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Já as fintechs são startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro, como a Glebba, que opera no financiamento coletivo para aquisições imobiliárias no setor de loteamos. Lançada em 2017, a empresa já captou mais de R$ 3 milhões em quatro empreendimentos espalhados por diferentes estados brasileiros. Por meio da plataforma da Glebba, pessoas físicas conseguem aplicar a partir de R$ 1 mil em empreendimentos, acelerando a construção de projetos e acessando investimentos significativamente mais rentáveis (cerca de 20% ao ano) do que produtos tradicionais, como boa parte dos investimentos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs , LCAs e LCIs, que encerrou o ano com alta acumulada de 6% em 2019.
O modelo de remuneração da startup é realizado pelo empreendedor, sendo que não há cobrança de qualquer taxa para o investidor. O cenário facilitado se viabiliza porque loteadoras e incorporadoras buscam alternativas para cobrir a exposição de caixa. As plataformas de investimento atuam com objetivo de viabilizar o início das obras do empreendimento. Outras empresas que também apostam na fase de loteamento são a InovaHouse 3D e a Urban 3D. A primeira desenvolveu uma impressora 3D com 3m de altura e 6m de comprimento capaz de imprimir em larga escala materiais pastosos diversificados, como base cimentícia.
A previsão da startup é que o preço do metro quadrado seja 40% menor e a primeira casa seja construída em 2020. Os Estados Unidos e a China já utilizam essa tecnologia para imprimir estruturas residenciais. No Brasil, a startup é uma das primeiras a trazer essa tecnologia. Além disso, o método proporciona benefícios para a indústria da construção. Entre eles está a liberdade arquitetônica, pois não há necessidade de fôrmas, e o impacto ambiental é reduzido, por causa da diminuição de entulho advindo do melhor aproveitamento dos materiais. A automatização facilita a logística, reduz a mão de obra e aumenta a segurança no canteiro de obras.
Enquanto isso, a Urban 3D trabalha com a meta de erguer prédios de quatro e cinco andares em poucas semanas e reduzir o custo de construção em até 80%. Segundo a empresa, essa redução é possível graças à maior flexibilidade para estabelecer os desenhos e à perspectiva de uso de material mais barato. Na prática, a ideia da startup é construir moradias populares usando tecnologia inovadora que alia robótica e impressão 3D. O papel do robô será ler um projeto em três dimensões. Com isso, ele identifica onde há parede de concreto e onde estão os possíveis buracos e canos. Então, o robô imprime um molde em 3D. Mas é possível usar o concreto reciclado e, inclusive, existe a opção de materiais como plástico na massa, cumprindo a missão de tornar uma obra mais sustentável e barata. O preço final de um imóvel como esse é estimado entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.