Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida impulsiona interesse por imóveis em SP
Expansão do Minha Casa, Minha Vida empolga incorporadoras e movimenta setor

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Na semana seguinte ao anúncio da criação da Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida, a Sin! Incorporadora já tinha recebido mais de 200 novas solicitações de potenciais clientes enquadrados no programa. A marca sintetiza o otimismo dos paulistanos, cujo interesse em comprar um imóvel mais do que dobrou de janeiro para abril deste ano.
O movimento observado pela Sin! segue os rastros da expansão do financiamento para a classe média. Aprovada no último mês pelo Governo Federal, a medida amplia o programa habitacional para famílias com renda de R$ 8,6 mil e R$ 12 mil. Este grupo agora pode financiar imóveis de até R$ 500 mil com juros mais baixos do que o mercado tradicional e mais tempo para pagar.
O setor está otimista e com uma perspectiva de avanço. Em janeiro, 5% dos moradores da capital diziam ter a intenção de adquirir um imóvel nos próximos seis meses, de acordo com levantamento da Loft. Em abril, o percentual subiu para 11%.
Outro sinal desse interesse foi percebido no próprio site da Caixa Econômica Federal. Menos de 10 dias depois de entrar em vigor, a faixa 4 já gerou 190 mil simulações de financiamento e 984 propostas foram colocadas em andamento, segundo o diretor de habitação da Caixa, Roberto Ceratto, em publicação nas redes sociais. “Estamos confiantes no futuro e no potencial de negócios que este programa pode gerar”, disse o executivo na postagem.
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+ Caixa contabiliza 190 mil simulações de crédito na nova faixa do Minha Casa, Minha Vida
Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, aponta que a alta demanda representa uma resiliência do segmento imobiliário. “Mesmo com o aumento da taxa de juros, o setor apresenta até uma perspectiva de aumento de vendas. A pesquisa aponta que há crescimento da intenção de compra em todas as classes sociais”, afirma.
Para chegar a estas conclusões, Takahashi conta que a Loft também averiguou outras possibilidades de gastos, como viagens ou compra de automóveis, e apenas a compra de imóveis teve mudança significativa no período. Ao todo, foram ouvidas 1.200 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Nova margem e mais rentabilidade
À medida que o programa se abre para a nova faixa de renda, o mercado antecipa um crescimento. A Sin!, por exemplo, acredita que este sentimento será consolidado no segundo semestre do ano. “Muitos clientes que tinham interrompido a busca por imóveis voltaram a buscar porque agora cabe no bolso deles”, afirma Marlon Vilasboas, diretor executivo da empresa.
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“As principais construtoras do programa estavam encontrando grandes dificuldades, como o preço dos terrenos e insumos. Era difícil repassar esses custos ao cliente porque não cabiam no bolso deles, então não fechava a conta”, comenta Vilasboas. “A tendência é que agora retomem o desenvolvimento de empreendimentos melhores e com uma rentabilidade maior”.
A expectativa dos incorporadores é que a faixa 4 vai consolidar um novo perfil de comprador, mas sem excluir os participantes já estabilizados. A Holos Incorporadora, com atuação na faixa 2 e faixa 3, afirma que não houve impacto negativo nas buscas após o anúncio da expansão.
“Encontramos um cliente mais curioso, mas ainda é uma porcentagem baixa de interesse”, argumenta Gabriel Cançado, CEO da companhia. “A faixa 4 era muito aguardada e as perspectivas são positivas, com estudos em relação à adequação de projetos e terrenos que devem ser feitos, mas ainda é cedo para avaliar impactos positivos ou negativos”, aponta.
No entanto, ele não descarta que a empresa dê um passo nesta direção nos próximos anos. “Acreditamos que muitos projetos serão adequados, com melhorias nos produtos, como a inserção de garagem ou mais áreas de lazer”, enumera.
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