Salvador (2,07%), João Pessoa (1,82%), São Luís (1,73%), Fortaleza (1,64%) e Aracaju (1,43%) foram as capitais que mais valorizaram no Brasil em agosto. O Índice FipeZAP de Venda Residencial, divulgado pelo DataZAP, indica que as capitais nordestinas foram responsáveis por impulsionar a valorização de 0,76% no último mês. E o movimento de alta na região não é recente.
Das 10 capitais que mais valorizaram em 2024, 5 estão no Nordeste: João Pessoa, Salvador, São Luís, Natal e Fortaleza. Considerando a análise dos últimos 12 meses, também aparecem 5 capitais nordestinas entre as mais valorizadas: João Pessoa, São Luís, Natal, Salvador e Maceió.
“Sentimos que o Nordeste foi descoberto pelo brasileiro na pandemia, quando a viagem para o exterior ficou mais cara e as pessoas começaram a viajar mais pelo Brasil”, analisa André Penazzi, CEO e fundador da Setai Grupo GP, construtora que atua no Nordeste do País. “Essa expansão tem sido uma oportunidade para o mercado imobiliário e para o mercado de hotelaria”, complementa.
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Penazzi afirma que o setor é aquecido pelo movimento voltado para o segmento de alto padrão e luxo. “O nordeste tem expandido a hotelaria internacional, de alto padrão e hotéis boutique, além do público nacional ter feito do nordeste sua segunda residência. É o Caribe brasileiro”, compara o executivo.
As 10 capitais que mais valorizaram em 2024:
“João Pessoa teve um Plano Diretor que durante décadas fez um planejamento de cidade. Agora, colhe os frutos”, defende Penazzi. “Também é uma capital onde o mar e as belezas naturais estão dentro da cidade. Nas outras capitais da região, você precisa se deslocar duas horas até achar uma praia legal. Além disso, o aeroporto, a saúde e a gastronomia tornam o local mais viável para quem quer uma segunda residência”.
As 10 capitais que mais valorizaram nos últimos 12 meses:
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Apesar do bom desempenho das capitais nordestinas nos últimos meses, nenhuma cidade da região aparece entre as 10 mais caras do País. A mais valorizada atualmente é Maceió, capital do Alagoas, onde o metro quadrado residencial está avaliado em R$ 8.801. O valor é puxado especialmente por bairros como Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca e Jacarecica, os mais caros da capital alagoana.
Em Pajuçara, bairro nobre do litoral de Maceió, por exemplo, o metro quadrado está avaliado em R$ 11.637. O preço de um imóvel de 80 m² na região custaria cerca de R$ 930 mil reais.
“Enquanto as outras capitais têm o metro quadrado mais linear entre os bairros e as zonas, seja de praia, ou mais urbana, Maceió tem uma valorização muito forte na Beira-Mar”, contextualiza Penazzi. “O restante da cidade, incluindo as segundas e terceiras ruas depois do mar têm um preço muito diferente”, afirma.
Preço médio em agosto/2024 | Valorização em 12 meses | |
Pajuçara | R$ 11.637 /m² | 23,10% |
Ponta Verde | R$ 9.756 /m² | 10,20% |
Jatiúca | R$ 9.663 /m² | 8,50% |
Jacarecica | R$ 9.343 /m² | 7,80% |
Cruz Das Almas | R$ 8.872 /m² | 23,20% |
Mangabeiras | R$ 7.855 /m² | 13,50% |
Poço | R$ 7.313 /m² | 6,20% |
Farol | R$ 6.538 /m² | 7,40% |
Gruta De Lourdes | R$ 5.899 /m² | 8,10% |
Serraria | R$ 4.329 /m² | 23,60% |
Recife, capital do Pernambuco, é a segunda capital mais cara do Nordeste e a 16ª mais valorizada do Brasil. De acordo com o Índice FipeZAP, o custo do metro quadrado na capital pernambucana está avaliado em R$ 7.996. O número é inflacionado pelos valores dos bairros Meireles, Mucuripe e Engenheiro Luciano Cavalcante, todos com o metro quadrado custando mais de R$ 9 mil reais.
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O bom momento do Nordeste brasileiro não foi capaz de tirar o Sul e o Sudeste do topo do ranking de cidades mais caras do Brasil.
Balneário Camboriú, com o custo médio do metro quadrado avaliado em R$ 13.502 é a cidade mais valorizada do País. Itapema (SC), Itajaí (SC) e Florianópolis (SC) aparecem logo em seguida, pontuando que quatro das cinco cidades com os maiores preços de venda estão em Santa Catarina.
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Vitória (ES) e São Paulo (SP) aparecem depois, com valores médios acima dos R$ 11 mil por metro quadrado. “Acredito que essa diferença de preço entre Sul, Sudeste e Centro-Oeste para o Nordeste vai existir por muito tempo. São regiões que naturalmente tem uma carga muito maior e mais dificuldade de mão de obra, então são cidades mais caras”, pontua Penazzi.
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“É o metro quadrado barato no Nordeste que cria oportunidades para investidores em busca da segunda ou terceira residência. É isso que tem impulsionado o boom do região”, defende.