Dados do Sistema de Monitoramento Inteligente do governo de São Paulo apontam que os bairros de Marsilac e Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, são os bairros com maiores índices de isolamento social, com 79% e 70%, respectivamente. Por outro lado, Vila Nova Conceição, também na zona sul, e Alto da Boa Vista, região oeste, estão no lado oposto, com baixos índices de adesão à quarentena: 33% e 37%. Embora o índice de isolamento social esteja orientando parte das estratégias do governo para combater o coronavírus, especialistas recomendam cautela com os números.
O índice é definido com base em vários bancos de dados. Um deles é a movimentação de pessoas captada pelas antenas de telefonia celular dentro de regiões específicas do Estado de São Paulo. As operadoras Tim, Claro, Vivo e Oi enviam as informações ao governo, que os consolida e divulga. Quando a pessoa se afasta 200 metros da residência, o levantamento considera que ela rompeu o isolamento. A análise, feita pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), não faz distinção entre idas ao supermercado ou ao trabalho, por exemplo. Os dados avaliam apenas movimentação do celular. Se alguém sair sem o aparelho, os dados são não computados.
Outras fontes de informação são softwares de empresas privadas que permitem a localização dos celulares para verificação de segurança e anti-fraude com autorização dos clientes. Há várias tecnologias envolvidas como a do GPS (Sistema de Posicionamento Global) e o wi-fi (conexão sem fio). Tanto o governo como as empresas dizem que o processo é feito de forma anônima e agregada, sem a coleta de informações pessoais. É o ineditismo do de dados de celulares um dos pontos que preocupa os especialistas.