Com apelo sustentável e ecológico, construção modular ganha mais espaço no Brasil
Estimativa é de que esse mercado, que gira hoje R$ 300 milhões no país, pode chegar a R$ 6 bilhões.
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Minimoradias, residências flutuantes, soluções para desafios urbanísticos e casas inteligentes, minimalistas, sustentáveis e flexíveis. A construção modular offsite, baseada em módulos industrializados fabricados fora do canteiro de obras, deve crescer globalmente 5,75% ao ano até 2025, segundo um relatório da Terracotta Ventures. O estudo aponta ainda Brasil, China e Japão como os países com mais oportunidades para esse setor se desenvolver. A expectativa é de que o sistema construtivo cresça a uma velocidade duas vezes superior à da construção tradicional em alguns países, por conta principalmente de fatores como escassez ou o alto custo de mão de obra e déficit habitacional elevado.
Segundo o arquiteto Marcos Bueno, presidente da Expo Construção Offsite (ECOS) – que acontece de 15 a 18 de setembro, em São Paulo, e vai reunir indústrias de construção modular e inovações do setor –, a modalidade cresceu muito com a chegada da pandemia. “Os hospitais construídos em tempo recorde deram uma alavancada no cenário, tanto em projetos comerciais de lojas, restaurantes e minimercados como em residências de alto padrão”, diz.
Segundo ele, o apelo comercial é grande por se tratar de um produto que sai pronto da fábrica, com um ganho sustentável e ecológico, além da rapidez. “O que demora um ano para construir no método tradicional cai para dois meses. Esse mercado hoje movimenta R$ 300 milhões por ano, mas tem potencial para chegar a R$ 6 bilhões”, afirma.
A solução surge também como alternativa para desafios futuros nas áreas urbanas, de acordo com o arquiteto. Apesar de a construção modular ainda ser pouco explorada na faixa de moradias populares, ele fala que já tem construtoras da Casa Verde e Amarela, a exemplo da Tenda, usando técnicas como o “wood frame” em seus empreendimentos. “Apesar de o custo inicial ser superior ao da construção tradicional, o fato de não haver despesas adicionais no futuro acaba sendo vantajoso”, diz. “Hoje, com energia e material escassos, precisa ter planejamento. E o cerne da construção modular está nisso: não é a execução, é o planejamento.”
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Sustentáveis
Bueno é o idealizador de um desses projetos que começam a despontar no mercado: a Casa Cantareira, que será construída em uma área de 1.380 m² na Serra da Cantareira, em São Paulo, em apenas 100 dias, e contará com sistema de captação e reaproveitamento de água, energia solar, ventilação cruzada e aproveitamento total do declive do terreno, sem movimentar terra ou mexer na natureza do local. “A ideia é registrar em vídeo a execução diária, para que o público acompanhe o processo”, diz.
Outros destaques são as minimoradias, que podem ser transportadas para locais diversos, como o projeto Tiny Box, do arquiteto Breno Lima, e a flexível Minimal Mood, desenvolvida por Felipe Savassi. “Nós chamamos de arquitetura-produto, em que o cliente monta a casa de acordo com a sua demanda dentro de uma família de módulos que podem ser acoplados, criando um imóvel com um quarto, dois, três ou quatro, ou um módulo que tenha uso comercial”, explica o idealizador. “É como se fosse um catálogo de acessórios em que o cliente vai customizando a casa.”
Confira o conteúdo completo em:
https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-imobiliario/com-apelo-sustentavel-e-ecologico-construcao-modular-ganha-mais-espaco-no-brasil/
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