“Para quem estava no meio de uma reforma ou se planejava para isso nos últimos meses, valia mais a pena aplicar a reserva guardada na compra antecipada de materiais, pois a alta dos preços foi bem acima da rentabilidade dos principais investimentos livres de risco”, afirma o diretor da Comdinheiro, Filipe Ferreira.
Pandemia impulsiona demanda
A carestia dos materiais está relacionada tanto à falta de insumos na indústria como à forte procura. Com o isolamento social, o número de reformas de residências subiu. De acordo com dados da Archademy, empresa de Market Network de Arquitetura e Design de Interiores, mais de 85% dos escritórios de arquitetura brasileiros geraram propostas no período de isolamento social.
“As demandas se concentraram em pedidos para adaptar os ambientes à nova realidade em consequência dos reflexos da pandemia, seja para a criação de um espaço para home office, de convivência para família ou para crianças”, explica o CEO da Archademy, Raphael Tristão.
Ele observa que a relação do brasileiro com a casa mudou. Ao serem isoladas, as pessoas passaram a buscar o maior conforto e ver problemas ou necessidades antes não identificados. “A casa deixou de ser um ambiente de passagem para voltar a ser um ambiente de permanência. Inclusive, deixou de ter uma coisa em cada lugar para ser o lugar de todas as coisas. Isso aumentou muito o consumo e renovação de mobiliário e produtos no geral”, analisa.
Preço alto não é a única dificuldade
Os brasileiros que decidem reformar também se deparam com outro desafio: a falta de produtos. Este foi o problema enfrentado pelo arquiteto Glauco Vitor Dias, que precisou de mais piso para uma de suas obras. Sem encontrar o mesmo padrão já comprado, ele chegou a contatar o fabricante – sem sucesso. “Ninguém tinha o piso necessário para o aumento que o cliente solicitou na obra. Acabei encontrando o piso em Santa Catarina e paguei o frete”, lembra.
Diante deste cenário, Tristão recomenda para quem tem planos de reformar a casa, que conte com a assessoria de um profissional para que ele faça um orçamento antecipado sobre quais serão os materiais necessários. “Com a oscilação de preços, o ideal é ter uma programação sobre o quanto vai gastar para evitar surpresas futuras que inviabilizem a obra. A ajuda de um especialista é importante para isso”, diz.
A Archademy acaba de lançar uma plataforma de investimento em reforma de alto padrão, o Studio Archademy. A aposta da construtech é a digitalização da contratação de arquitetos, democratizando o acesso a profissionais especializados. “Criamos um processo de qualificação do cliente e cruzamos com nosso banco de dados de profissionais. Entregamos três propostas comerciais para análise comparativa. Você gasta exatamente o que precisa e o arquiteto entrega mais do que você imagina. É a otimização da contratação”, destaca Tristão.