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Imóveis em Riviera de São Lourenço registram valorização, mas juros preocupam

Escalada da Selic impõe desafios para a região, procurada especialmente pelos ricos de São Paulo e interior paulista

Por:Breno Damascena 28/03/2025 3 minutos de leitura
Apartamentos valorizaram mais de 100% na região desde a pandemia, segundo estudo/ Crédito: Divulgação/Sobloco Construtora

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Destino de luxo na costa paulista, a Riviera de São Lourenço ainda surfa o boom imobiliário provocado pela pandemia, quando milhares de pessoas migraram para o condomínio em Bertioga. Os imóveis valorizaram mais de 100% desde 2019 e o público fixo na região cresceu, mas a volta ao trabalho presencial, a escalada de juros e críticas ao saneamento geram incertezas. 

De acordo com dados do DataZAP, fonte de inteligência imobiliária do Grupo OLX, o preço médio do metro quadrado de apartamentos no bairro planejado saltou de R$ 12,6 mil, em 2019, para R$ 25,6 mil, em 2024. Entre as casas, a alta foi um pouco menor, mas ainda bastante significativa. O preço do metro quadrado saltou de R$ 8,3 mil em 2019 para R$ 15,2 mil em 2024 – valorização de 83%.

“Riviera tem uma evolução própria, natural de pessoas que fazem questão de morar lá”, analisa José Augusto Viana, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP). “O bairro continua sendo um ponto central no olhar dos investidores. Não tem nada no litoral que tenha mais robustez”, analisa.

+ Quanto custam os imóveis no litoral de SP? Veja cidades mais caras e mais baratas

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A estrutura grandiosa de Riviera, de fato, chama atenção. São duas mil casas e 256 edifícios distribuídos em uma área de 8,8 milhões de metros quadrados. No ano, o condomínio gera uma folha de pagamento de serviços de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões por ano.

De acordo com a Sobloco Construtora, incorporadora à frente do projeto, o preço do metro quadrado chega a R$ 70 mil nos prédios mais novos que possuem vista para o mar. 

As ondas de valorização e demanda, porém, devem sofrer algumas instabilidades com os solavancos provocados pela Selic. Atualmente fixada em 14,25%, a taxa de juros afeta o custo dos financiamentos imobiliários e pode prejudicar a compra de imóveis na região. “É um ponto de dificuldade para o público de classe média alta que compra imóveis no condomínio”, antecipa Viana. 

A própria Sobloco também teme o efeito da Selic no mercado imobiliário local. A construtora relata que já observou uma queda recente no ritmo de vendas. “Ainda é um investimento com liquidez alta porque muita gente sonha em morar aqui, mas qualquer um que tenha dinheiro aplicado fica na dúvida se faz sentido investir em um imóvel”, entende Luiz Almeida, diretor da construtora. 

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Principais desafios

Em meio a valorização, mesmo com a alta taxa de juros, o mercado imobiliário da Riviera de São Lourenço tem outros desafios. “Recentemente, houve um descuido com os problemas de saneamento, o que levou poluição para a praia. Isso gera uma imagem ruim para a qualidade de entrega que a região historicamente trouxe”, alerta o presidente do CRECI-SP. 

O caso a que ele se refere aconteceu no começo deste ano, quando a praia ficou imprópria para banho pela primeira vez desde outubro de 2020 por causa de um prédio adjacente ao bairro que estava despejando o esgoto na rede pluvial. O edifício alegou um entupimento na rede de esgoto, mas foi multado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 

+ O que delator do PCC revelou sobre lavagem de dinheiro do tráfico na Riviera de São Lourenço

A Sobloco, por sua vez, alega que a Riviera é um exemplo em sustentabilidade. “Os resíduos gerados são coletados seletivamente e encaminhados à reciclagem. Contamos com sistemas próprios de tratamento de água e esgotos por uma rede subterrânea de mais de 118 quilômetros, que garantem o abastecimento de água tratada e o completo tratamento dos efluentes”, afirma a construtora, em nota. 

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A Sobloco Construtora afirma que a Riviera de São Lourenço recebe cerca de 250 viagens de ônibus municipais e intermunicipais por dia /Crédito: Divulgação/Sobloco Construtora

A companhia, por meio da Associação dos Amigos da Riviera, também garante a qualidade da água do mar, a limpeza das ruas, a manutenção do paisagismo e dos equipamentos urbanos. “São 9 milhões de metros quadrados de áreas verdes e as pessoas conseguem usufruir de forma segura. Os imóveis são mais caros aqui porque, além da qualidade de vida, eles vêm acoplados a uma série de benefícios intangíveis”, defende Almeida.

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